O Programa de Saúde Mental de Macaé, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, há 12 anos promove a metodologia Heterogênese Urbana, um espaço multiprofissional de diálogo, trocas culturais e artísticas entre os participantes. O programa faz parte dos Espaços de Convivência e Cultura (Ecocult).
Agora o Heterogêneses Urbana acaba de lançar um site (http://heterogeneseurbana.org). Neste novo meio de comunicação entre profissionais e usuários, são apresentadas as últimas ações, poesias, artigos científicos e publicações em jornais. A página da Internet pretende também intensificar a troca de informações entre os participantes do Programa de Saúde Mental do município.
O supervisor do Ecocult, o musicoterapeuta Paulo de Tarso, pontua que Heterogênese Urbana vem se tornando uma referência, tanto para o campo da saúde mental, como também para o campo da educação e da subjetividade. Neste ano, novos profissionais integraram os Espaços de Convivência e Cultura, promovendo a ampliação das ações pela cidade e novas composições entre instituições e comunidade, mediadas pela arte e pela cultura:
- Temos conseguido compartilhar experiências com inúmeros dispositivos da complexa rede de saúde mental do município. Com o trabalho do Heterogeneses Urbana, a singularidade de cada pessoa é complexificada pelos ‘toques’ que poderá receber nas composições com outras realidades. Desta forma, cada um pode ampliar as suas realidades, seu ponto de vista sobre a vida, a partir de outras experiências: a arte de aproximar mundos, acredita.
O Ecocult promove ações nos Centros de Atenção Psicossocial do município (Caps Betinho, Capsi, Caps AD), no Pam Aeroporto, no Núcleo Municipal de Saúde Mental, além de interfaces com a equipe da Saúde Mental na Atenção Básica, principalmente para contatar usuários que queiram participar dos grupos da Heterogênese Urbana. Vale ressaltar ainda as atuações na Pousada da Cidadania.
Ao longo deste movimento, como ressalta Paulo de Tarso, o grupo compôs novas invenções e intervenções. Assim acontecem também encontros com núcleos de outras secretarias, como com o Centro de Referência ao Adolescente (CRA).
- Pensamos que poderíamos compor os encontros com outras instituições. Um primeiro agenciamento foi feito com a equipe do CRA para construirmos nossos encontros ‘heterogenéticos’ lá. E assim foi feito! Fizemos nossa primeira composição no interior do CRA, reunindo as equipes do CAPSi, Ecocult e cooperadores que já integram a Heterogênese Urbana. Este é um primeiro movimento composicional que se desdobrará em outros movimentos ‘caminhantes’ na cidade, acredita.
Para o próximo, ocorrerá o Heterogênese Urbana na praça. Meta de dois anos atrás, o projeto sairá para a rua em março. Uma outra composição na cidade que estará de volta no ano de 2011 será o “Filosofar a Vida”, curso de filosofia aberto à comunidade. Vale ressaltar ainda os encontros do Heterogênese Urbana que acontecem quinzenalmente no Teatro do Sindipetro-NF, que para o próximo ano ganharão a presença de convidados que se ligam ao campo da Saúde Mental, mas também da arte, da cultura, da filosofia e da educação.
Também para o próximo ano: CD da Heterogênese Urbana, com participações de alunos, freqüentadores da saúde mental, técnicos, músicos da cidade de Macaé e o Grupo Harmonia Enlouquece. Outra composição para o próximo ano será o Atelier de Informática. Este Atelier nasceu do prêmio da I Chamada de Arte, Cultura, geração de renda do Ministério da Saúde, contemplando o Programa de Saúde Mental pelo projeto Heterogênese Urbana.
- Para finalizar gostaríamos de registrar a publicação de artigos científicos em três revistas no ano de 2010. Duas revistas brasileiras e uma internacional. Estas três publicações versam sobre as composições da Heterogênese Urbana, o campo da saúde mental e da educação. O Seminário Internacional de Arte, Cultura e Loucura, no início de dezembro, na Fiocruz, evento que nos possibilitou inúmeros agenciamentos relevantes na relação com estudantes da Fiocruz, com pesquisadores estrangeiros, com coordenadores de serviços de saúde mental.