Entrando numa nova etapa na área de conhecimento científico, visando a melhoria do atendimento a população, o Hospital Público Municipal de Macaé, através do Centro de Estudos Manoel do Carmo Losada, iniciou na noite desta quinta-feira (20) o I Congresso Multiprofissional. O tema central é o Trauma. O evento está sendo realizado no auditório do Hotel San Diego e termina neste sábado.
Durante a solenidade de abertura, o prefeito Riverton Mussi, declarou que apesar dos avanços na área da saúde no município, o governo ainda tem muito o que fazer. Ele lembrou ainda que além dos investimentos nos setores de emergência há uma grande preocupação com a prevenção.
- Com reconhecimento nacional o Programa Saúde da Família (PSF) de Macaé é a porta de entrada do sistema de saúde. O município recebe mensalmente um incentivo de R$ 150.000 do governo Federal em contra partida o município gasta R$1.050.000 para manter o programa, ressaltou.
O diretor superintendente do HPM, Aluízio dos Santos Júnior, acrescentou que este é um momento importante para a saúde de Macaé, pois a população tem vivenciado um governo onde o investimento na saúde tem sido um marco. “O governo municipal destina hoje cerca de R$56 milhões para que o Hospital possa funcionar dentro dos moldes adequados. Investindo também em treinamento, em educação continuada, telemedicina e tecnologia que vem revertendo para o bem não só da comunidade hospital, mas de toda comunidade macaense”, lembrou.
O secretário de saúde, Fernando Diogo acrescentou ainda que toda iniciativa para o aperfeiçoamento dos profissionais da saúde é valido, pois este é um diferencial na qualidade do atendimento a população. O diretor do Centro de Estudos, Joel Tavares, ressalta que o Centro de Estudos, implantado há um ano, tem como principal função fomentar a produção científica. “O HPM hoje é referência na região no atendimento de emergência e o trauma é uma preocupação mundial, já que é a causa de 150 mil mortes por ano”.
O I Congresso Multiprofissional do HPM tem o apoio da Petrobras, que no ano passado firmou uma parceria com o hospital para a prestação de atendimento aos seus profissionais. Representando o gerente geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Campos UN/BC da Petrobras, Carlos Eugênio Resurreição, o técnico em Comunicação, Willian Oliveira falou que o HPM é algo mais do que competência técnica, mas também de gestão participativa.
Também participaram do evento representantes da sociedade civil organizada, autoridades militares, estudantes e profissionais de saúde. Está acontecendo ainda durante o evento a exposição de esculturas do artista plástico Miguel Matos, com o título “O Homem que aprende a amar ... a verdade”. Nesta exposição o artista apresentará esculturas de ferro, arame e argila.
Palestra
Proferida pelo médico e professor da UFRJ, Savino Gasparine, a palestra “Trauma – O flagelo da sociedade moderna”, chamou a atenção do público no primeiro dia do Congresso. Savino mostrou como os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais têm influência nas estáticas dos casos de traumas.
- O Brasil é o primeiro país do mundo que matam suas pessoas sem estar em guerra. Já não definimos o trauma como um acidente simplesmente, o trauma é uma doença social e que pode ser evitado. Infelizmente não existe uma consciência sobre um processo de prevenção. As estradas são problemas gravíssimos, onde tem vários aspectos implicados, a falta de planejamento e manutenção, afirmou.
Mas Savino garante que um dos mecanismos mais eficientes para reduzir as altas estatísticas de acidentes traumáticos e a sensibilização da sociedade. “É lamentável constatarmos que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, isso corresponde a R$ 9 bilhões por ano destinado ao atendimento do trauma. O ser humano é o único ser capaz de matar o seu semelhante de forma que não seja para defesa”, finalizou.