HPM terá Comissão de Doação de Órgãos

27/09/2006 15:10:28 - Jornalista: Genimarta Oliveira

Referência regional no atendimento de emergência o Hospital Público Municipal (HPM), em Macaé encara um novo desafio: tornar-se parceiro na captação de órgãos e tecidos. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, Dia Nacional do Doador de Órgãos, pelo diretor superintendente do HPM, o médico Aluízio dos Santos Júnior.

De acordo com o diretor, será criado no hospital uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). “Antes da implantação definitiva da Comissão, todos os profissionais da instituição serão capacitados por uma equipe do Rio Transplante, que tem como objetivo sensibilizar a comunidade médica para a importância da atuação das comissões intra-hospitalares no crescimento das doação de órgãos e tecidos”, disse.

O processo de capacitação teve início na última semana no Rio de Janeiro, quando foi realizado pelo Rio Transplante, a Secretaria de Saúde de Estado o Curso de Formação de CIHDOTTS, em parceria com o SNT (Sistema Nacional de Transplantes), do Ministério da Saúde.

A CIHDOTT funcionará dentro do hospital com o objetivo de envolver de forma mais efetiva e organizada no espaço coletivo de ampliar a captação de órgãos. “A missão é a sensibilização das famílias para o consentimento, que fecha o ciclo e abre uma etapa decisiva para o processo doação/transplante”, explicou Aluízio. Ele ressalta que por lei, toda morte cerebral deve ser comunicada pelo médico à família da vítima e ao Rio Transplante.

Este ano, o slogan do Dia Nacional do Doador de Órgãos é “Vida é para doar e para receber”. A data é dedicada à conscientização das pessoas em relação a esse tema, através do esclarecimento à população de como funciona o processo de doação de órgãos e da importância desse procedimento para os cerca de 60 mil pacientes que esperam pelo transplante de um órgão ou tecido em todo o Brasil.


Tire suas dúvidas:

1. Como posso ser doador?
Hoje, no Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada pro escrito, em nenhum documento. Basta comunicar sua família do desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.

2. Que tipos de doadores existem?
Doador vivo: Qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau, cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com a autorização judicial.
Doador cadáver: São pacientes em UTI com morte encefálica, geralmente vitimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia.

3. Quais órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador cadáver?
Coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.

4. Para quem vão os órgãos?
Os órgãos vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado controlada pelo Ministério Público.

5. Como posso ter certeza do diagnóstico de morte encefálica?
Não existe dúvida quanto ao diagnóstico. O diagnóstico de morte encefálica é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, sempre com a aprovação de um exame complementar.

6. Após a doação o corpo fica deformado?
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra.

Fonte: Rio Transplante