Foto: Ana Chaffin
No HPM, nascem diariamente, de 10 a 14 bebês
Completando 11 anos neste domingo (22), o Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) comemora a data com a expectativa de inaugurar, até o final deste primeiro semestre, um prédio anexo que ampliará o atendimento com mais cem leitos de urgência, emergência e em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). A prefeitura investe na obra R$ 12 milhões, fora os custos com mobiliários e equipamentos. Nos últimos meses, também R$ 5 milhões foram aplicados para aparelhar o HPM. Agora, estão sendo comprados um tomógrafo, um endoscópio e um aparelho radiológico. Fora isso, a unidade passou por completa reestruturação, incluindo a reforma do telhado, pintura e troca de mobiliário.
Não só a manutenção constante é atribuição da Fundação Hospitalar de Macaé, mas ainda o custeio de uma equipe especializada e em permanente atualização formada por 1.600 funcionários.
- Nosso grande desafio, a partir da inauguração do novo anexo, entregando mais cem leitos equipados e supridos por um atendimento especializado e humanizado à comunidade, é o financiamento da sua manutenção. Estamos entregando toda a estrutura do hospital que é referência da região. Entretanto, é preciso que os demais municípios usuários dividam conosco não somente os benefícios, mas também as despesas. Portanto, pretendemos viabilizar um consórcio intermunicipal - diz o diretor do HPM, Márcio Bittencourt.
No HPM, nascem diariamente, de 10 a 14 bebês. Seria uma média alta para o município, principalmente por não ser a única maternidade de Macaé. Mas esse dado não pode ser assim avaliado pelo grande número de nascidos de mães que residem fora da cidade. "Apenas essa estatística já comprova que somos um hospital regional. Além disso, somente de ontem para hoje fizemos dois partos de pacientes que possuem convênios particulares, mas que optaram por ter seus bebês aqui por confiarem em nosso trabalho. Isso é muito comum. Esse reconhecimento é gratificante para nós", conta a enfermeira, coordenadora da maternidade, desde a inauguração do hospital, Wanda Pereira da Rosa.
Mesmo com a falta de espaço na unidade provocada pela crescente demanda ao longo desses 11 anos, o atendimento tem primado pela humanização, excelência e pelo envolvimento de equipes multidisciplinares. "Gostei muito do acolhimento, de perceber a preocupação de todos os funcionários com o meu bem estar. Recebi toda a assistência e cuidados até a amamentação e a hora do banho. Resolvi ter a minha filha aqui, porque já tinha tido referências do HPM", disse a estudante Juliana Alves, 19 anos, moradora do município de Nova Friburgo, que ganhou Heloísa, na terça-feira (17), às 20h03, por meio de uma cesariana, devido à posição da bebê.
Vocação Regional
Uma das servidoras há mais tempo na instituição, a coordenadora de Enfermagem, Maria Aparecida da Hautequestt Raphel, que contribuiu durante a fase de implantação da unidade, considera que o HPM apresentou sua vocação regional - mesmo que extraoficialmente - logo após sua fundação. Especialmente por ter uma UTI neonatal, o hospital sempre foi visto como referência.
- Acompanhamos o crescimento da população e o vertiginoso aumento do número de atendimentos. Apesar de todas as dificuldades, as portas sempre estiveram abertas. Esse fato é um orgulho para mim e ainda o de ter a certeza de que as pessoas confiam em nossa assistência, destaca a coordenadora.
Neste período de contingenciamento devido à instabilidade nos repasses dos royalties, a diretoria do HPM terá que tomar medidas para evitar prejuízos na qualidade dos serviços prestados pelo hospital. Os municípios que costumam transferir pacientes para o HPM receberão uma carta solicitando que antes desse procedimento, chequem se há vaga na unidade, evitando transtornos e lotação excedente.
Residência Médica
Outro ganho importante deste ano foi a residência médica. O hospital conta com dez profissionais se especializando. Metade está na área de clínica médica e a outra em pediatria. No próximo mês, mais cinco ingressarão em cirurgia. De acordo o com diretor Márcio Bittencourt, o grande benefício para a comunidade desse programa é que os médicos que orientam os cursistas precisam estar sempre atualizados. Outra vantagem é a oportunidade de troca de ideias, de experiências profissionais e o estudos de casos. "Os residentes são treinados na rotina no HPM e conhecendo a comunidade", salienta.