Estudantes da rede municipal e estadual de Macaé se reuniram no auditório do Colégio Estadual Matias Neto, nesta sexta-feira (21), para o I Fórum Estudantil de Meio Ambiente. Segundo o diretor geral do evento, Lucas dos Santos Laurindo, o principal objetivo foi a escolha dos delegados para a I Conferência Municipal do Meio Ambiente, a se realizar nos dias 25, 26 e 27 de outubro.
Cada delegado vai defender um dos oito temas debatidos: Poluição das Águas, Infestação de Pragas, Destruição dos Manguezais, Espécies Exóticas do Parque Jurubatiba, Saneamento Básico, Recursos Hídricos, Preservação do rio Macaé e Lixo, destinação e possíveis melhoras. Eles vão levar para a Conferência do Meio Ambiente um documento com a relação das causas e possíveis soluções aos problemas.
Lucas dos Santos afirmou que para a água se tornar potável em todos os pontos de consumo, o tratamento requer estações bem aparelhadas, assistidas por técnicos especializados, para atender à crescente demanda, provocada pelo crescimento acelerado e desordenado da população do município. Segundo ele, sem essas medidas, corre-se o risco de contaminações e infecções intestinais.
Quanto à infestação de pragas, Lucas se referiu ao caramujo africano, que invade residências mais próximas ao rio Macaé, embora também se faça presente em locais próximos ao mar, porque o molusco necessita de umidade para manter seu ciclo vital. “O município tem alcançado êxito nas campanhas de combate à praga, através do Centro de Controle de Zoonoses, mas estamos discutindo medidas preventivas”, ressaltou.
O diretor do evento observou que o manguezal, próximo à Nova Holanda e às Malvinas, já está sofrendo com a ocupação. “Como se sabe, os manguezais são berçários que participam da cadeia alimentar de rios e mares. O Corpo de Bombeiros já foi chamado para pegar dois tubarões no rio Macaé que, certamente, estavam à procura de comida”, contou.
Outro tema a ser debatido é a preservação das espécies exóticas do Parque de Jurubatiba, o único de vegetação de restinga no Brasil, e que requer profundo trabalho de pesquisa, que deve estar a salvo do crescimento desordenado da população de Macaé. “Quando cheguei na cidade, há oito anos, não havia ocupação na Ajuda nem no Lagomar. A ocupação do Engenho da Praia estava no começo. Hoje, a população chega a dezenas de milhares nesses locais”, comentou.
Lucas observou que os recursos hídricos também se tornam escassos, devido à poluição e assoreamento do rio Macaé e, quanto ao lixo, o fórum debate a necessidade da construção de uma usina de reciclagem e a escolha de um local para sua instalação. “Antes, havia o lixão. Hoje, há o aterro, mas o chorume, seu sub-produto, contamina os lençóis d’água”, concluiu.