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Igreja de Santana vai ganhar projeto de iluminação

10/10/2005 11:35:34 - Jornalista: Simone Noronha

Um dos principais patrimônios históricos de Macaé vai ganhar uma iluminação especial. A prefeitura, através da Secretaria de Acervo e Patrimônio Histórico, está acertando os últimos detalhes para a assinatura do convênio com o Governo do Estado para a instalação do projeto de iluminação artística da parte externa da igreja. “A iluminação é o primeiro passo para o nosso projeto de restauração da igreja, que já estamos viabilizando junto ao Instituto Nacional de Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac)”, comentou o secretário de Acervo e Patrimônio, Ricardo Meirelles.

De acordo com ele, a Confraria de Santana, entidade responsável pela manutenção da igreja, já autorizou a implantação do projeto de iluminação. “Agora só falta marcarmos a data para a assinatura do convênio com o prefeito Riverton Mussi e os representantes do Estado e da Confraria. A expectativa é de que a iluminação fique pronta em novembro”, disse o secretário. O projeto vai ser feito com cuidado artístico, e faz parte de um acordo firmado em 2001 para a implementação da Usina Termoelétrica de Macaé, da empresa El Paso.

A usina implantou o projeto de Iluminação Artística de Monumentos e Edifícios Históricos em prol da Preservação do Patrimônio Nacional. O projeto foi o responsável pela iluminação de prédios como o Theatro Municipal e a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, o Forte São Mateus, em Cabo Frio, e a Capela de São João Batista, em Barra de São João.

História e lenda – A história da Igreja de Santana se confunde com o início da colonização de Macaé, feita pelos padres jesuítas a partir de 1630. No mesmo ano, eles começaram a erguer no alto do morro a Capela de Santana, um engenho e um colégio, num lugar que mais tarde ficou conhecido como a Fazenda dos Jesuítas de Macaé. Nos fundos da capela, foi instalado um pequeno cemitério, que até hoje guarda os restos mortais de alguns padres.

Além do açúcar, os padres produziam farinha de mandioca em quantidade e extraíam madeira para construções navais e edificações. Em 1759, a fazenda foi incorporada aos bens da coroa portuguesa pelo desembargador João Cardoso de Menezes. No mesmo ano, os jesuítas foram expulsos do Brasil, imposição feita pelo Marquês de Pombal. A Igreja de Santana foi fundada um século mais tarde, em 1898, no local onde foi erguida a primeira capela dos jesuítas.

A igrejinha no alto do morro também faz parte da lenda mais popular da cidade. Conta a lenda que a Imagem de Santana foi encontrada por pescadores, numa das Ilhas do Arquipélago que lhe dá o nome (Ilha de Santana). Trazida para o povoado, a imagem teria sido colocada no Altar Mor da Capela dos Jesuítas, desaparecendo misteriosamente no dia seguinte. Foi encontrada alguns dias após, na ilha e levada novamente à Capela. O fato repetiu-se mais duas vezes. Na terceira fuga, concluíram os devotos que a Santa sentia saudades da ilha que era avistada do Altar da Capela. Desta forma, os padres reedificaram o templo, voltando sua fachada frontal para o ocidente onde a Santa não “veria” mais o mar e o arquipélago de onde viera.