Foto: Ana Chaffin
II Simpósio Municipal de Atenção à Saúde do Trabalhador foi realizado nesta quinta-feira
O II Simpósio Municipal de Atenção à Saúde do Trabalhador, realizado por meio da Secretaria Municipal de Saúde vinculada a coordenação geral da Saúde Coletiva e do Programa Municipal de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador da Prefeitura de Macaé, promoveu nesta quinta-feira (05), no Auditório do Paço Municipal, conhecimento sobre a saúde do trabalhador, saúde mental, cuidados básicos, assédio moral e muito mais.
O Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador, através de uma equipe multiprofissional, tem como objetivo implantar ações educativas, de assistência e de reabilitação para o trabalhador formal e informal. É uma área técnica da saúde pública que busca intervir nas relações entre o sistema de produção e a saúde, no sentido de promover um trabalho que traga dignidade, ao invés de denegrir ou adoecer o trabalhador.
O evento que começou às 9h buscou apresentar diversas áreas de atuação na saúde do trabalho, assim como, discutir e analisar a situação atual do trabalhador e os avanços da área para oferecer melhores condições de trabalho.
O público era formado por profissionais do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e da Saúde, subsecretaria de Acessibilidade, Sindicatos diversos, Médicos de Trabalho, funcionários públicos e da Procuradoria Geral da prefeitura.
- Fui convidada para participar do evento e a importância da saúde, principalmente para nós médicos do INSS, é manter o trabalhador saudável para que ele continue no mercado de trabalho, disse a médica do INSS, Plícia Medl.
Segundo a diretora da Divisão Estadual da Saúde do Trabalhador, Dra. Lise Barros Ferreira, os acidentes de trabalho são muito comuns e suas ocorrências são maiores do que qualquer epidemia. “Os trabalhadores adoecem e morrem por que trabalham. A saúde do trabalhador deveria começar no Ministério do Trabalho” disse Lise, que também comenta que qualquer lugar deveria passar por uma inspeção prévia antes de funcionar para o trabalho.
A Medicina do Trabalho surgiu na Inglaterra, em 1830, com a Revolução Industrial, enquanto especialidade médica, o serviço era dirigido por pessoa de confiança do empresário e que se dispusesse a defendê-lo e geralmente era centrado na figura do médico.
A I Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores, realizada em Brasília de 1 a 5 de dezembro de 1986, tendo como tema central “Diagnóstico da situação de saúde e segurança dos trabalhadores”.
De acordo com Lise, a doença mais comum devido ao trabalho é a LER/DORT e na região a intoxicação por benzeno ainda ocorre bastante.
- O Simpósio faz parte de um dos nossos objetivos, que é o reconhecimento das doenças decorrentes de trabalho ou acidentes de trabalho e também o encaminhamento, esse é o segundo simpósio, o primeiro foi realizado cinco anos atrás. Macaé é modelo aqui na região norte do estado do Rio de Janeiro, com o programa saúde do trabalhador, informou a gerente do Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador, Sheila Gilselle Costa de Oliveira.
O programa faz palestras, atendimento médico e psicológico dos trabalhadores ambulantes do município, atende também as pessoas com deficiência e trabalhadores encaminhados da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda. Os atendimentos são no Centro de Saúde Jorge Caldas e as notificações de acidente de trabalho e doenças ocupacionais na sede do programa que fica na Rua Tenente Coronel Amado, nº 239 – sala 202, tel.: (22) 2753-3099.
- Estamos com uma equipe nova, desde fevereiro, que está trazendo para o programa características de acordo com a personalidade e conhecimento de cada um. Nossa equipe é interdisciplinar, contando com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem, sendo assim, conseguimos fazer um trabalho para atender todas as áreas, e como toda equipe nova, estamos com uma energia muito boa, muito gás para que o programa avance, empolga-se a enfermeira do programa, Marcilene Andrade Ribeiro Marins.
Além de doenças ocupacionais, o trabalhador também deve atentar-se para outro problema comum no exercício da profissão , o assédio moral, que se caracteriza como uma exposição do trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções . “O assédio tem que ser de forma repetitiva, prolongada e intencional, o assediador tem a intenção ou desejo de destruir o outro, de modo consciente ou inconsciente”, alerta a psicóloga do Programa, Giovana Maciel de Mendonça.
O que a vítima deve fazer?
Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).
Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.
Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de trabalho ou representante sindical.
Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta como provas futuras.
Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instancias como: médicos ou advogados do sindicato assim como: Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Resolução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).
Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.