Foto: Rui Porto Filho
Incubadora passa a ser centro de inovação
O Instituto Macaé de Ciência e Tecnologia (IMCT) foi destaque este mês em matéria publicada no jornal O Globo. A reportagem ressaltou a importância das incubadoras como principais centros de inovação do estado. A conclusão da primeira etapa de capacitação de catorze empresas na Incubadora do IMCT ganhou realce no texto, em especial, a BR Solutions, do empresário Bruno Silva, que oferece soluções personalizadas em Tecnologia da Informação (TI).
A incubadora é um grande diferencial para os empreendedores acolhidos, que têm como perfil serem graduandos, alunos de mestrado e doutorado em áreas tecnológicas ou membros de empresas iniciantes (startups). A maioria tem sólida formação técnica, mas desconhecimento na área de negócios. Nesse ambiente é oferecida infraestrutura em tecnologia, pesquisa e gestão de negócios, a fim de que a tecnologia se transforme em inovação e de que a passagem do laboratório para o mercado seja mais estruturada.
- O Macaé Techno Park é uma prioridade para o governo. O projeto é dividido em etapas. Em abril, lançamos o edital, já finalizamos a primeira fase de capacitação das catorze empresas selecionadas e o próximo passo é alocá-las, até o próximo ano, na Incubadora no IMCT, para que as micro e pequenas empresas se ajustem à realidade de mercado -, pontuou o secretário de Desenvolvimento Econômico Tecnológico e Turismo, Vandré Guimarães.
Da faculdade municipal para o mercado internacional
O empresário e estudante do 7º período do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Municipal Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS), na Cidade Universitária de Macaé, Bruno Silva, desenvolveu a ferramenta BR Solutions, que oferece soluções personalizadas em TI. Seu negócio tem crescimento anual projetado em 300%. Bruno conta que tudo começou com um projeto acadêmico. Seu sócio é um colega de turma. Eles trabalharam de dezembro de 2013 a abril de 2014 em um software web - um programa de computador conectado à internet - para o setor de logística de materiais, de forma a interligar o cliente final à transportadora. O sistema é capaz de gerenciar e controlar todo o processo.
- Nosso primeiro cliente foi uma grande empresa multinacional com base em Macaé e a principal transportadora contratada por ela. Para isso, a pré-incubação aconteceu no momento ideal, quando concluímos a versão estável do projeto e tínhamos que pensar nas estratégias de gerenciamento de negócio. Ali tivemos essas noções e, especialmente, as de marketing e de capitação de recursos -, frisa.
O faturamento inicial da BR Solutions foi R$ 10 mil por mês. A empresa, que está aberta a associados, tem mais de 130 usuários atualmente e não encontra fronteiras. Por isso, o programa e o site, ainda em português, estão sendo traduzidos para outros idiomas, para atender ao mercado externo, e o acesso aos serviços passarão a ser disponíveis também por meio de mídias sociais, entre outras inovações.
Tecnologia, mercado e oportunidade regionais
A Incubadora de Macaé tem sido o berço de muitas outras histórias como a de Bruno. Para que os projetos deem certo, eles precisam contar com uma rede de parceiros que ampliam as capacidades e potenciais dos embrionários. Assim, a Incubadora coloca à disposição dos idealizadores os recursos necessários para que as atividades do empreendimento se iniciem antes de sua implantação definitiva. Seus principais parceiros são a Subsecretaria de Ciência e Tecnologia, o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Fumdec), a Fundação Educacional de Macaé (Funemac) e o Sebrae.
Outros destaques no estado
Também tiveram destaque na matéria de O Globo, os grupos de pesquisa da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, fundada em 1994, que oferece estímulo a projetos baseados no conhecimento tecnológico, a partir de grupos de pesquisas da própria universidade. São 31 empresas residentes e 54 já graduadas. Ao todo, elas registraram faturamento de R$ 289 milhões em 2014, um crescimento de 22% sobre o ano anterior. E ainda os serviços de assessoria, do Instituto Gênesis da PUC-Rio, fundado em 1997, que já incubou cerca de 90 empresas, a maioria nos setores de Economia Criativa e Tecnologia da Informação e Comunicação.
As incubadoras no país
De acordo com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), existem mais de 400 incubadoras em atividade no país. Esse número cresce 20%, em média, a cada ano. Cerca de 80% dos negócios que passam por estes ambientes permanecem no mercado. Os ciclos de trabalho dos empreendedores duram de um a três anos. Já são mais de 6.200 empreendimentos apoiados neste modelo no Brasil. Juntos, eles respondem por um faturamento de R$ 533 milhões (incubadas) e de R$ 4,1 bilhões (graduadas).
O processo de incubação dos projetos, selecionados através de edital, traz obrigações e direitos. As empresas pagam taxa mensal pelo uso da infraestrutura física e tecnológica, proporcionalmente ao espaço e à demanda de cada uma. Depois de graduadas, algumas contribuem ainda com uma taxa de sucesso (de 1% a 2% do faturamento líquido) pelo mesmo tempo que permaneceram na incubadora.