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Jardim da Cidade Universitária é palco de debate sobre gênero

10/03/2010 16:28:20 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Divulgação

UFRJ promoveu palestras em comemoração ao Dia Internacional da Mulher

Integrada à programação da Prefeitura de Macaé organizada pela Secretaria de Educação e pela Subsecretaria de Políticas para as Mulheres em comemoração ao centésimo Dia Internacional da Mulher, a Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ promove os “Encontros sobre Gênero e Sociedades”. O seminário, realizado na Cidade Universitária, foi aberto nesta terça-feira (9), tratando do tema “Desafios para as políticas públicas de combate à violência contra mulher”. O encerramento, na quarta-feira (10), abordou as “Relações de Gênero em diferentes dimensões na UFRJ-Macaé”.

Durante o encontro, foi lançado em Macaé o livro “Gênero, Violência e Direitos na sociedade brasileira”, uma coletânea de artigos organizada por Aparecida Moraes e Bila Sorj. Uma das articulistas e autora do livro “Mulheres Invisíveis”, a doutora em sociologia, Bárbara Musumeci Soares, foi uma das integrantes do primeiro debate. Ela coordena a área de pesquisa em violência da Universidade Cândido Mendes do Rio de Janeiro.

A falta de luz na Cidade Universitária provocada pela queda de um poste na Linha Verde, devido a um acidente de trânsito, não impediu a abertura do encontro. Ana Maria Batista, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Gênero da Secretaria de Educação; a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Vânia Deveza, e Bárbara Soares abriram as discussões mediadas pela professora da UFRJ, Aparecida Moraes, no jardim de entrada do auditório.

Representando a vice-prefeita e Secretária de Educação, Marilena Garcia, Ana Maria iniciou o debate parabenizando a UFRJ pela iniciativa do evento que vem ao encontro das estratégias da Secretaria de Educação através do Núcleo de Estudos sobre Gênero criado ano passado. “O papel da universidade é chave nesse processo”, ressaltou a pesquisadora.

Vânia Deveza destacou também a colaboração da UFRJ para as reflexões que somam à construção de políticas públicas para as mulheres em Macaé. “Nosso maior desafio ainda é a violência”, disse a subsecretária que considera a educação elemento fundamental para mudar o perfil da sociedade.

Para Bárbara Soares, apesar de nas últimas décadas ter havido a valorização das questões de gênero, o que gerou ações políticas, nem sempre essas ações contribuem para a paz nas relações entre homens e mulheres. Segundo ela, as violências cotidianas entre os sexos são geradas por um contínuo de outras. “São resultantes de um conjunto de fenômenos muito mais amplo. Não há uma causa única como, por exemplo, a sociedade patriarcal. É provocada por componentes de várias ordens que se interpõem”, analisou.

A pesquisadora apontou para a necessidade de se atentar às dinâmicas das relações entre os gêneros para que haja sua efetiva transformação e não apenas punição aos agressores. Ela ressaltou os trabalhos no nível da linguagem, como os promovidos pelos “grupos reflexivos” de terapia, indicados na Lei Maria da Penha, e indicou atenção também aos demais fatores que contribuem para a falta de paz nas relações entre os sexos e deu o alcoolismo como exemplo.

A segunda mesa, nesta quarta-feira (10), teve como convidados professores da UFRJ. Os temas abordados foram: “Estudos de Gênero e Violência: novos desafios para o conhecimento no contexto da Lei Maria da Penha”, por Aparecida Moraes; “Prostituição, turismo sexual e exploração sexual de menores”, por Thaddeus Gregory Blanchette; “O cuidado na área de Enfermagem e a questão de gênero”, por Juliana Silva Pontes e “As construções de gênero em projetos de orientação sexual escolar”, por Rodrigo Rosistolato.

Estiveram presentes à abertura do encontro: a subsecretária Pedagógica da Secretaria de Educação Gelda Tavares, o diretor da UFRJ-Macaé, Francisco Esteves, o vice-presidente da Fundação Educacional de Macaé, Joelson Tavares e a representante da ONG União Macaense Solidária no Combate ao Câncer de Mama (Unamama), Sonia Cavour.