logo

Jéssica Becker: profissional das ondas por natureza

09/03/2007 09:30:47 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Tem gente que já nasceu para realizar a atividade à qual se dedica, devido ao entrosamento, desenvolvimento e prazer com que atua. Seja em atividade profissional, cultural ou esportiva, a pessoa sempre se destaca. Assim, acontece com a bodyboarder Jéssica Becker, que com apenas 18 anos de idade já é atleta profissional, numa área cuja média de idade é de 25 anos. Jéssica é a 14ª colocada no ranking mundial e é patrocinada pela prefeitura, através da Fundação Macaé de Esportes (Fesporte), no programa Bolsa Atleta.

Moradora de Macaé desde criança, ela acaba de chegar de viagem ao Havaí, onde disputou em janeiro e fevereiro, campeonatos como o regional da Ilha de Maui, em que conquistou o primeiro lugar e o da Ilha de Oaho, no qual enfrentou ondas de três a quatro metros no praia de Pipeline, competindo com cerca de 80 bodyboarders de todo o mundo, ficando em 17º lugar.

Em agosto do ano passado, Jéssica disputou campeonato em Sintra (Portugal), contra dezenas de adversárias, ficando em 17º lugar. “Aproveitei que estava na Europa e participei de campeonatos como o de Aveiro, chamado Miss Sumol Cup, do qual participaram cerca de 60 atletas, e fiquei com a nona colocação”, conta. Ela acrescenta que na cidade de Ferrol, localizada no Norte da Espanha, ficou em terceiro em outro campeonato.

A atleta de Macaé também participou do Circuito Latino Americano, na cidade de Morciélagos (Equador), disputando com atletas da Argentina, Porto Rico, Brasil e do país sede. Ela mais uma vez chegou em terceiro. Essa competição aconteceu em abril de 2006.

Durante os últimos quatro meses do ano passado, Jéssica liderou o ranking brasileiro, perdendo o título para a bi-campeã mundial Neymara Carvalho, de 31 anos. Isso ocorreu em campeonato na Praia do Pecado, em novembro de 2006. “Mas, na Semana Santa, participarei do circuito brasileiro na Baía de Maracaíba (Porto de Galinhas – Pernambuco), com as principais profissionais do país, quando buscarei novas conquistas”, afirma.

Praticando o esporte desde os 13 anos, Jéssica, na condição de amadora, foi campeã estadual, aos 14 anos, no circuito que incluiu as praias de Copacabana e Ipanema (Rio) e Itacoatiara (Niterói). Em 2004, no mesmo torneio tornou-se bi-campeã do estado do Rio de Janeiro. No ano de 2005, também se consagrou bi campeã capixaba, na cidade de Serra, na praia Barra do Jucu.

Em 2006, Jéssica atingiu o topo: foi bi campeã brasileira. Para isso, participou de etapa que incluiu Macaé, Rio das Ostras, Campos, Barra do Jucu (ES), Porto de Galinhas (PE) e Guaibim (BA).

- Quando passei do nível amador para o profissional o número de competições aumentou e passei a disputar internacionalmente – explica a bodyboarder. Dentre as manobras básicas ela citou como exemplo 360º, 360º invertido e Rollo. Já as manobras mais evoluídas e radicais são ARS (Aéreo, Rollo, Spin (360º) e Back Flip (Tipo de salto mortal para trás, aproveitando o Lip – parte mais alta da onda.




História do Bodyboard

O bodyboard é um esporte bem antigo. Alguns desenhos e relatos do século XV mostram que na Polinésia já se surfava deitado. Nessa época, apenas os reis podiam surfar em pé e o povo só podia se divertir surfando de peito.

Em 1971, Tom Morey foi consagrado o criador do bodyboard moderno no Havaí, graças à sua invenção: a prancha Morey Boogie. A construção dessa prancha foi de extrema importância para o desenvolvimento do bobydoard e até hoje é comum o esporte ser conhecido como morey boogie.

Durante muito tempo, Tom Morey tentou imaginar uma prancha que pudesse ser surfada de uma maneira diferente da habitual. Depois de ter introduzido várias inovações em pranchas de surf, tentou inovar com um bloco de polietileno e desenhou algo totalmente diferente: a primeira prancha de bodyboard.

Os modelos começaram a ser vendidos e, em pouco tempo, o bodyboard conquistou os surfistas e foi ganhando novos adeptos. Com a expansão do bodyboard e a criação de entidades reguladoras, o esporte alcançou um alto reconhecimento, fazendo com que a indústria de bodyboard seja uma das maiores do esporte.

O Brasil é uma das maiores potências do bodyboard e já consagrou diversos campeões mundiais, entre eles o hexacampeão mundial, Gulherme Tâmega. Entre as mulheres a situação é ainda melhor: o Brasil praticamente domina o Mundial desde 1988, com as conquistas de Mariana Nogueira, Glenda Koslovski, Stephanie Pettersen, Claudia Ferrari, Daniela Freitas, Karla Costa, Soraia Rocha e Neymara Carvalho.