A prefeitura de Macaé, através da secretaria municipal de Esporte e Lazer, realizou no início da noite de sábado (3), na arena da Praia do Pecado, o Torneio de Jiu-Jitsu. O evento, organizado por Fred Buys, foi prestigiado por cerca de 300 pessoas. Segundo Buys, é sabido que esta prática esportiva proporciona inúmeras virtudes e benefícios psicológicos. Conforme ele, o Jiu-Jitsu é uma fonte de autoconfiança importante nos dias atuais.
Apesar deste esporte ser praticado tanto pelo sexo feminino quanto masculino, no campeonato só havia homens, com idades entre 17 e 42 anos. Eram 22 de Macaé e um de Niterói. O juiz, membro da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro, foi Muzio de Angelis.
De acordo com Fred Buys, o Jiu-Jitsu leva ao contato físico entre os atletas, permitindo ao lutador ter força interior para enfrentar desafios, superando obstáculos da vida como vestibulares, provas e até perdas de entes queridos.
Os resultados foram os seguintes:
Absoluto Faixa Preta
Luta Final – Mikael x Thiago Gaia (campeão)
Faixa Marron
Maximiliano x Dante - Como ambos pertencem à mesma academia foram declarados campeões na luta final.
Desafios – uma única luta
Faixa Azul
Diego Olide (vencedor) x Adalberto
Faixa Preta
Luciano x Eduardo Joanino (vencedor)
Cláudio Joanino x Rolando (vencedor)
Desafio Submisson
Bandit x Ulisses (vencedor)
Rambinho (vencedor) x Paulo Neves
A premiação foi realizada em dinheiro e kimonos.
História do Jiu-Jitsu
Apesar de se tornar mais popular no Japão, a história do jiu-jitsu começou na Índia (por isso a cognominação "o berço das artes marciais"), há mais de dois mil anos. Os monges indianos eram proibidos, pela religião, de se defenderem com armas. Mas em suas longas caminhadas, eram atacados por bandidos das tribos mongóis do norte da Ásia, nascendo então a necessidade de defesa corpo-a-corpo.
Conhecedores de pontos vitais do corpo criaram uma maneira de defesa especial para o tipo físico do seu povo, franzino e de baixa estatura. Essa espécie de embrião do jiu-jitsu atravessou as fronteiras da China, onde suas técnicas também foram desenvolvidas como um sistema de defesa, até alcançar o arquipélago japonês, lá praticado apenas por nobres e samurais.
Antigamente, havia vários modos de jiu-jitsu e cada lutador tinha seu estilo próprio. Por isso, o jiu-jitsu era conhecido por diversos nomes, como: kumiuchi, aiki-ju-jitsu, koppo, tai-jutsu, gusoku, oshi-no-mawari, yawara, hade, jutai-jutsu, shubaku e outros.
No fim da era Tokugawa, existiam cerca de 700 estilos de jiu-jitsu, cada qual com características próprias. Alguns davam mais ênfase às projeções ao solo, torções e estrangulamentos, ao passo que outros enfatizavam golpes traumáticos como socos e chutes. A partir de então, cada estilo deu origem ao desenvolvimento de artes marciais conhecidas, atualmente, de acordo com suas características de luta, entre elas o judô, o caratê e o aikidô.
Por muito tempo, o jiu-jitsu foi a luta mais praticada no Japão, até o surgimento do judô, em 1882. O jiu-jitsu era tratado como uma das jóias mais preciosas do Oriente. Era tão importante na sociedade japonesa que foi, por decreto imperial, proibido de ser ensinado fora do Japão e/ou aos não japoneses, proibição que atravessou séculos até a primeira metade do século 20.
Era considerado crime de lesa-pátria ensiná-lo aos não japoneses. Quem o fizesse era considerado traidor do Japão, condenado à morte, sua família perdia todos os bens que tivesse e sua moradia era incendiada. Com a introdução da cultura ocidental no Japão, promovida pelo Imperador Meiji (1867-1912), as artes marciais caíram em relativo desuso em função do advento das armas de fogo, que ofereciam a possibilidade de eliminação rápida do adversário sem o esforço da luta corporal. As artes de luta só tornaram a ser valorizadas mais tarde, quando o ocidente também passou a apreciá-las.