Entre tantas atletas de qualidades inquestionáveis, Ana Paula Lopes Ferreira, ou Fofinha, como é mais conhecida, ainda comemora o reconhecimento por ter sido eleita a melhor jogadora do Salonpas Cup, torneio de vôlei internacional encerrado domingo em São Paulo. Fofinha faz parte da equipe Cimed/Macaé, patrocinada pela indústria de medicamentos e pela prefeitura, através da Fundação de Esportes de Macaé.
Em meio a tantas jogadoras brasileiras do Rexona e da Finasa, além das representantes do Japão, Alemanha e Argentina, Fofinha, 26 anos, foi a maior pontuadora do campeonato. Foi seu primeiro título de melhor jogadora do Salonpas Cup. Em 1998, porém, já havia sido eleita a melhor do Sul-Americano juvenil ao defender a seleção brasileira.
- Foi a primeira vez que venço como profissional. Fiquei muito feliz com essa conquista pessoal na temporada. Juntamente com as outras meninas, pude corresponder bem e fui importante para o nosso ataque. Fui a maior pontuadora da competição e fiquei contente com essa nova função tática. Eu antes já atuava como ponta, mas cuidava bastante da recepção e agora trabalho mais como atacante, por isso tive um maior destaque, explica.
O técnico Sérgio Negrão elogia o potencial da atleta e aprova a nova postura tática desempenhada, com maior concentração ao ataque. “A Fofinha tem um vigor físico muito bom e uma explosão fenomenal. Ela consegue ser muito boa nos três fundamentos que pontuam e é importantíssima nos bloqueios e saques”, afirma Negrão, que está satisfeito com a produtividade da jogadora. “É uma jogadora voluntariosa e merece esta conquista. Eu a tirei da recepção e ela passou a exercer uma função dupla, tanto na rede como no fundo, pois era responsável pelo ataque vindo de trás”, analisa.
Fofinha acredita que esse reconhecimento aumentará a cobrança sobre seu desempenho e a expectativa de ter sempre de mostrar um voleibol de bom nível. “Este é o primeiro Salonpas Cup que participamos (Cimed / Macaé). Para mim este título é bom porque me dará mais confiança e ao mesmo tempo uma responsabilidade a mais, pois um jogo é sempre diferente do outro. Sei que agora vou ter uma marcação mais forte, mas vou treinar cada vez mais paras superar os obstáculos”, afirma.
A talentosa ponta afirma que seu maior objetivo no momento é de chegar à fase final da Superliga. “O que mais quero é poder ir às finais da Superliga, sei que terei um papel muito importante e responsabilidade maior. Penso a cada ano, a seleção é conseqüência de um trabalho. Atualmente está bem servida com atletas da minha posição, mas é claro que seria muito bem-vinda uma convocação”, almeja a jogadora que começou a carreira em 1992, no Rio Grande do Sul.
“Já pratiquei handebol. Sempre fui muito moleca e gostava de brincar com bola. Eu brincava muito de voleibol nas ruas e na escola em Porto Alegre. Em 1992 eu fazia escolinha e o pessoal gostou, achou que eu levava jeito, pois eu tinha uma boa altura também. Na minha família ninguém nunca jogou vôlei e em 1994 fui à seleção brasileira pela primeira vez”, lembra Fofinha, que analisa o terceiro lugar de sua equipe no Salonpas Cup neste ano, ao vencer o Hisamitsu Springs, do Japão, por 3 sets a 0 no último sábado (7).
“Nosso time começou bem a competição, mas alternamos muito dentro dos jogos e não conseguimos manter o ritmo. Saímos um pouco de nossas características, não foi possível reverter o resultado contra o Osasco e o Rexona e caímos em jogo de bola alta”, finaliza a ponteira. Fofinha e suas companheiras retornam aos treinos em Macaé nesta sexta-feira pela manhã, quando o técnico Sérgio Negrão inicia os preparativos para o início do Campeonato Carioca.