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Jornalista de Macaé doa acervo histórico para Patrimônio do município.

21/03/2006 11:42:09 - Jornalista: Cesar Dussac

O secretário de Acervo e Patrimônio Histórico de Macaé – SEMAPH, professor e escritor Ricardo Meirelles, recebeu das mãos do jornalista Luiz Ernesto Carneiro da Silva uma coletânea histórica de jornais e revistas, dos quais foi redator, livros de autores macaenses, e quadros das coleções “Macaé, Ontem e Hoje” e “Macaé Serra/Mar”, que contam a vida do município nos últimos 75 anos. As peças foram levadas para o Solar dos Mellos, sede da secretaria.

O doador foi redator e editor de jornais e revistas da cidade, dentre os quais o jornal O Rebate, doado desde a primeira edição, de 1932, até a última, de 1982, além do Jornal da Cidade, mais tarde Voz da Cidade, edições de 1960/1990. Fazem parte do pacote as 15 edições do tablóide “O Linguarudo”, que circulou em 1932, publicação tão polêmica quanto “O Pasquim”, da década de 60, que projetou o cartunista Ziraldo, os irmãos Henfil e redatores como Aldir Blanc, nos anos difíceis da Revolução de 64.

O material já está sendo utilizado por pesquisadores da Universidade Gama Filho, que organizam a história de Macaé, para constar do acervo do Patrimônio Histórico do município e colocar à disposição das escolas e de quem faz mestrado.

Faz parte do material doado o livro “Uma incógnita”, da autoria do abolicionista José do Patrocínio, o primeiro sobre Mota Coqueiro, personagem real da história macaense, que sofreu pena de morte. A lei foi revogada por Dom Pedro II, depois de provada a inocência do condenado. De autoria de Godofredo Tinoco, também foi doada a obra mais importante sobre Mota Coqueiro, editada em 1962.

Vários livros de contos sobre o município, esgotados, também fazem parte da doação. Um deles é “O ABC de Macaé”, de autoria do professor Antônio Alvarez Parada, primeiro presidente da Academia Macaense de Letras, além de outros da literatura local e universal, de autores da terra, incluindo-se a coleção completa da Revista da Academia Macaense de Letras, 15 exemplares, editada de 1963 a 1967, período em que a Academia existiu.

Luiz Ernesto também doou o livro ”Imagem Brasileira – da Colonização à República”, de autoria de Álvaro Marin Seth, com legendas e desenhos a bico de pena, do autor, incluindo o enforcamento de Mota Coqueiro, de repercussão nacional. Seth também editou desenhos e legendas, de 1930 a 1943, nas principais revistas do país.