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Jornalista Zuenir Ventura estará em Macaé nesta quarta

24/03/2006 11:48:38 - Jornalista: Catarina Brust

O Programa Tim Grandes Escritores, com apoio da prefeitura, através da Fundação Macaé de Cultura (FMC), traz o jornalista e escritor Zuenir Ventura, nesta quarta-feira (29) a cidade de Macaé. Zuenir fará uma palestra, conversará com o público e dará autógrafos, a partir das 19h, no Teatro Municipal de Macaé. A entrada é franca.

Nascido em 1º de junho de 1931, em Além Paraíba (MG), Zuenir Carlos Ventura, é hoje um dos jornalistas de maior respeito do país. Colunista do jornal “O Globo”, Zuenir ingressou no jornalismo em 1956, como arquivista da “Tribuna da Imprensa”. Carlos Lacerda, proprietário do jornal na época, pede um artigo sobre Albert Camus, autor que ninguém da redação conhecia bem e de quem Zuenir gostava. Graças ao sucesso do texto, passa a integrar a equipe de copidesque (revisor) da “Tribuna”, sendo depois um dos secretários de redação.

Em 1960/61 ganha em concurso uma bolsa de estudos do governo francês para o Centro de Formação de Jornalistas, em Paris. De 1963 a 69, trabalha em vários veículos de comunicação: foi editor internacional do “Correio da Manhã”, diretor de redação da revista “Fatos & Fotos”, chefe de reportagem de “O Cruzeiro” e editor-chefe da sucursal-Rio da revista “Visão”.

Em 1968 Zuenir acompanha em Paris a mobilização dos estudantes. Tido como o articulador da imprensa do Rio para o Partido Comunista, é preso após o AI-5 e passa três meses entre o Sops, o Dops, o quartel da PM
Caetano de Faria. Divide cela com Hélio Pellegrino, Ziraldo, Gerardo Mello Mourão e Osvaldo Peralva. No mesmo dia de sua prisão, sua mulher, Mary e seu irmão são levados pela polícia e permanecem presos durante um mês. Zuenir deixa a prisão em março de 1969, com o aval do escritor Nelson Rodrigues, que conseguira junto aos militares a libertação de Hélio Pellegrino, mas este condicionou sua saída à do companheiro de cela.

Em 1969, Zuenir produz para a Editora Abril a série de 12 reportagens Os anos 60 – a década que mudou tudo, mais tarde lançada em livro. De 1971 a 84 trabalhou na revista “Visão”, “Veja” e “Isto É”. Em 1985, foi convidado a reformular a revista Domingo, do “Jornal do Brasil”, onde também foi editor do Caderno B.

Em 1988, lançou o livro 1968 – o ano que não terminou, cujas 39 edições já venderam mais de 200 mil exemplares. O livro também serviu de inspiração para a minisérie “Os anos rebeldes”, produzida pela TV Globo. Zuenir ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo e o Prêmio Vladimir Herzog, pela série de reportagens “O Acre de Chico Mendes”, publicada no “Jornal do Brasil”, em 1989.
Como reação às chacinas da Candelária (oito meninos mortos) e de Vigário Geral (21 pessoas mortas), ajuda a criar o Viva Rio, em 1993, organização não governamental voltada para projetos sociais e campanhas contra a violência. Em 1994, depois de passar nove meses indo à favela de Vigário Geral, transforma a experiência no livro “Cidade Partida” um retrato das causas da violência no Rio. O livro ganha o Prêmio Jabuti de Reportagem.

Em 1998, abre a coleção “Plenos pecados”, da editora Objetiva, com “Inveja - Mal secreto”, livro em que, entre outras coisas, narra seu tratamento vitorioso contra um câncer na bexiga. Também escreve, a convite do caricaturista Cássio Loredano, “O Rio de J. Carlos” (Lacerda Editores), um longo texto seu acompanhando desenhos do cartunista.

Deixa o “Jornal do Brasil” em 1999, e passa a assinar duas colunas: uma em “O Globo”, aos sábados, e outra na revista “Época”, inicialmente semanal e depois quinzenal. Reúne textos escritos para “Jornal do Brasil”, “O Globo” e “Época” no livro “Crônicas de um fim de século”. Passa a escrever duas vezes por semana na página de opinião de “O Globo”, deixando a coluna de sábado no Segundo Caderno. Volta ao Acre depois de 13 anos e, a partir do que vê, escreve a última parte de “Chico Mendes – Crime e castigo”, livro lançado pela Companhia das Letras tendo como base a premiada série “O Acre de Chico Mendes”.

Seu mais recente livro é “Minhas histórias dos outros”, que acaba de ser lançado.