Foto: Cláudia Barreto
Mudanças de comportamento são essenciais à preservação da qualidade de vida no planeta
A campanha “Julho sem Plástico” foi lançada pela Secretaria de Ambiente, Sustentabilidade e Clima de Macaé com a proposta de mudar hábitos, especialmente nos setores públicos municipais, visando se estender a toda sociedade. A campanha de conscientização ambiental é voltada principalmente para a redução do consumo de artigos de plástico de uso único, como descartáveis e sacolas plásticas. Estas mudanças de comportamento são essenciais à preservação da qualidade de vida no planeta.
Durante a campanha, sacolas retornáveis fabricadas com a reutilização de garrafas PET e copos biodegradáveis, feitos de fibras de trigo, serão destinados às secretarias municipais. Também serão estimuladas campanhas internas que proporão desafios aos servidores, como períodos sem a utilização de artigos de plásticos, tanto em seus setores de trabalho, como em casa. Muitos artigos plásticos acabam indo parar no mar, causando sérios danos à fauna marinha, entre outros prejuízos, até mesmo à saúde humana. A campanha nos setores públicos pretende se tornar exemplo para toda a sociedade. Posteriormente, funcionários da Câmara de Vereadores de Macaé serão convidados a integrar o movimento.
A campanha ecológica “Julho Sem Plástico” foi criada em 2011, na Austrália, pela Earth Waste Education. Os objetivos do movimento em prol da sustentabilidade ganharam desdobramentos. Pesquisas apontam que o oceano está poluído por microplásticos no Brasil. Estas partículas, com até 5 mm de diâmetro, são invisíveis a olho nu, mas têm alto poder de contaminação ambiental e biológica. A poluição por microplásticos compromete diretamente a cadeia alimentar, sendo ingerida por plânctons, peixes e frutos do mar, que acabam consumidos por humanos.
O agravante é que os plásticos podem levar mais de 400 anos para se decompor, acumulando toxinas químicas e causando inflamações, desequilíbrios no solo e até contaminação de lençóis freáticos. Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), cerca de 400 milhões de toneladas de plásticos são produzidas anualmente no mundo. Esse número pode chegar a 1.100 milhões de toneladas até 2050, com até 199 milhões já presentes nos oceanos.
Rocha de plástico em Trindade-ES
A geóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernanda Avelar dos Santos, fez a identificação de uma rocha formada por plástico na ilha da Trindade (ES) durante uma atividade de mapeamento de risco geológico. Uma análise anterior já havia encontrado rochas formadas por plástico no Havaí, nos EUA. A descoberta no Espírito Santo aponta para sintomas do estágio avançado da crise climática. O ser humano está atuando como agente geológico e a poluição por plástico está consolidada até mesmo em regiões remotas da Terra.
Uma rocha natural demora milhares de anos para se formar. Mas este conglomerado pode ter se originado há apenas duas décadas. O material encontrado tem as características próprias de uma rocha e foi constituído pela interação entre detritos plásticos diversos trazidos por correntes oceânicas e sedimentos naturais da praia. Desta forma, o ser humano foi o agente geológico em todas as etapas. Estes pesquisadores consideram que o surgimento do plástico pode marcar uma nova era, o Antropoceno.
Como participar?
Evite canudos, copos, talheres e sacolas plásticas ao pedir comida ou bebida; prefira produtos com menos embalagem plástica; dê preferência à compra a granel, utilizando bolsas reutilizáveis de tecido; substitua itens plásticos por opções sustentáveis; evite roupas feitas com tecidos sintéticos (poliéster, nylon); use uma caneca pessoal em vez de copos descartáveis e reduza o uso de sacolas de lixo doméstico com a prática da compostagem. Aceite o desafio, nem que seja por período determinado.