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Lagoa de Cabiúnas é aberta em ação clandestina

11/11/2005 18:31:19 - Jornalista: Marilene Carvalho

Um movimento de ações clandestinas promoveu no espaço de uma semana a abertura de barras em três lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, área de preservação permanente administrada pelo governo federal por intermédio do Ibama. Depois da Paulista, em Quissamã, e da lagoa de Carapebus, localizada no município homônimo, foi a vez da lagoa de Cabiúnas, em Macaé, sofrer a ação criminosa, na madrugada de quinta-feira.

De acordo com o administrador do Parque de Jurubatiba, Eduardo Jalles Jardim, as cheias ocasionadas pelos altos índices pluviométricos devem ser o fator facilitador das ações clandestinas, além da falta de informação de quem pratica o ato. “Com a lagoa muito cheia, cavando apenas uma vala é possível abrir a barra com certa facilidade. Os autores dessas ações não têm noção do desequilíbrio ecológico que estão causando à natureza”, avalia. O estrago maior é a mortandade de peixes, provocada pela salinidade da água do mar que entra na lagoa.

A situação em Cabiúnas foi constatada por diversos órgãos ambientais, entre eles, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Batalhão de Polícia Florestal e o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem), que tem autorização para realizar pesquisas na área do parque. Durante a vistoria, o Ibama apreendeu vários materiais de pesca. Pessoas que estavam no local alegaram que o recolhimento dos peixes estava liberado, o que foi negado pelo administrador do parque. “Em toda a área de Jurubatiba a pesca é proibida por lei ambiental, em qualquer ocasião, as lagoas são liberadas apenas para banho”, afirmou Jalles.

Um grupo de pesquisadores do Nupem esteve na lagoa de Cabiúnas para retirar o material de experimento, usado em pesquisa de funcionamento de cadeias alimentares. Os sistemas tiveram que ser desmontados e recolhidos à sede do Nupem para evitar prejuízos. Segundo o administrador do parque, a Petrobras informou que a tubulação de água de produção, instalada em uma das margens da lagoa, não oferece nenhum tipo de risco porque atualmente não está sendo utilizada.