Nesta terça-feira (4), a partir das 20h, acontece leilão de 15 telas dos artistas mirins do Projeto “Recriando Tarsila”, do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), no Clube Cidade do Sol. O ingresso permite acesso de duas pessoas e custa R$ 50, estando disponível na bilheteria do clube. O objetivo do projeto, vinculado à secretaria de Infância e Juventude (Sinjuv), é despertar o lado artístico, descobrir novos talentos e promover cidadania através da arte para as crianças, cujas famílias vivem em áreas de risco social e são moradoras dos bairros Fronteira e Nova Holanda.
Segundo a coordenadora do Peti, Viviane Menezes, a proposta do projeto é oferecer, através da arte, acesso à cultura, cidadania e educação. “Neste leilão teremos uma grande oportunidade de angariar fundos para a criação e manutenção de novos projetos. Pedimos que a sociedade macaense prestigie o nosso leilão, colaborando assim com os projetos sócio-culturais do Peti”, conta Viviane Menezes.
A Petrometal, empresa que patrocinou o projeto, está engajada e otimista no sucesso do leilão, cuja renda oriunda do arremate das peças e da venda dos ingressos será revertida em projetos sociais e culturais do Peti. A engenheira Farid Rocha, da Petrometal, enfatiza que foi contratado o grupo de chorinho e samba “Conversa Comigo” para animar e descontrair o evento. Ela acrescenta que haverá sorteio de brindes especiais durante o evento e que outras empresas também apóiam o projeto.
- Estou sensibilizada com o excelente resultado do Projeto “Recriando Tarsila” e desejo que tanto a sociedade, quanto as empresas que atuam em Macaé, possam colaborar e investir em projetos como este do Peti. Posso garantir que os profissionais deste programa desenvolvem um trabalho excepcional junto aos alunos. Amor, dedicação, empenho e profissionalismo são marcas registradas deste programa – declara Farid Rocha.
O Peti atende a 90 crianças e adolescentes, entre 07 e 14 anos, dos bairros Fronteira e Nova Holanda, que vivem em áreas de risco social. O programa é desenvolvido pela secretaria Executiva de Infância e Adolescência (Sinjuv), em parceria com o Governo Federal, e vem desempenhando um papel fundamental na formação educacional, cultural e profissional dos assistidos.
Inspiração... Tarsila do Amaral
A artista plástica paulista, Tarsila do Amaral, é a pintora mais representativa da primeira fase do movimento modernista brasileiro. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o Movimento Antropofágico nas artes plásticas. Ela começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino. Mais tarde, estudou com George Fischer Elphons. Em 1920, viajou a Paris e freqüentou a Académie Julien, onde foi orientada por Émile Renard. Na França, conheceu Fernand Léger e participou do Salão Oficial dos Artistas Franceses de 1922, desenvolvendo técnicas influenciadas pelo cubismo.
De volta ao Brasil, em 1922, uniu-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, formando o chamado Grupo dos Cinco, que defendeu as idéias da Semana de Arte Moderna e tomou a frente do movimento modernista no país.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. A partir de então, suas obras adquiriram fortes características primitivistas e nativistas e passaram a ser associadas aos Movimentos Pau-Brasil e Antropofágico, idealizados pelo marido. Em 1933, passou a desenvolver uma pintura mais ligada a temas sociais, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. Expôs nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), em 1960. Sua obra foi tema da sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresentou-se na 32ª Bienal de Veneza.