A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) tem recebido, diariamente, inúmeros pedidos da população para que seja providenciada a limpeza dos canais que estão obstruídos com grandes quantidades de plantas aquáticas. A reclamação dos moradores fundamenta-se na proliferação de mosquitos em bairros cortados por esses canais.
Em vista disso, a Semma solicitou à Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) a autorização para efetuar a retirada da vegetação, conforme os procedimentos técnicos ambientais, visando desobstruir os trechos cobertos por aguapés (Eichorchia crassipes) e taboas (Typha angustifolia). De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares, a Semma está providenciando os dados complementares solicitados pelo órgão estadual, para que a autorização seja emitida o mais rápido possível.
A retirada da vegetação vai contribuir com o trabalho da Divisão de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, que tem atuado nos bairros promovendo o controle do Culex. A equipe utiliza duas máquinas pulverizadoras para atacar a fase larvária do mosquito. Um larvicida biológico está sendo colocado em bueiros, valões e no canal Macaé-Campos. O objetivo é impedir que o mosquito passe para a fase adulta. A Divisão de Controle de Zoonoses, entretanto, avalia que o problema só será eliminado após a retirada da vegetação, além da poda de árvores e limpeza de bueiros.
No laudo técnico encaminhado à Serla, a Secretaria de Meio Ambiente explica que além de uma barreira natural retentora de resíduos flutuantes, a vegetação contribui para o surgimento de grandes quantidades de mosquito. Os locais mais atingidos são os bairros cortados pelos canais Macaé-Campos, Capote e Novo Cavaleiros. “A diminuição do fluxo dos canais, causada pelas barreiras naturais, torna o ambiente propício à manifestação de mosquitos”, salienta o biólogo da Semma, Guilherme Sardenberg, ressaltando que “mosquitos não depositam ovos em água corrente”.
Em caráter emergencial, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos está promovendo uma limpeza superficial de um trecho do Canal do Capote que passa no bairro Aroeira, onde a situação pede uma ação imediata para evitar a possibilidade de inundações. De acordo com o subsecretário de Meio Ambiente, Carlos Renato Mariano, só é considerado dragagem quando o volume de retirada ultrapassa 100 mil metros cúbicos. Para obter a autorização da Serla, em casos de dragagem, é preciso apresentar o estudo de impacto ambiental, onde são apresentados os projetos básico e executivo, a indicação do local para o bota-fora dos resíduos, além de outros dados.