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Macaco Bugio é devolvido ao habitat natural no Parque Atalaia

10/02/2015 15:25:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Juranir Badaró

Prefeitura ajuda a manter ecossistema com ações desenvolvidas pela secretaria de Ambiente

Na manhã desta terça-feira (10), um macaco bugio foi libertado por técnicos da prefeitura para seu habitat natural, no Parque Atalaia (Estrada Macaé-Glicério). Ele estava em cativeiro desde que foi recolhido por agentes da secretaria de Ambiente, no Areal Severina que fica perto da Termoelétrica (Rio Macaé), em dezembro do ano passado.

Quando foi apanhado, tinha ferimento grave na cauda que pode ter sido causado por briga entre bugios. Ele foi cuidado por veterinários no Hospital Veterinário da Faculdade Estácio de Sá, em Vargem Grande (Rio). Lá, o macaco bugio foi submetido à amputação da cauda.

Laços afetivos com ele já apareciam entre os visitantes e o animal era chamado carinhosamente por algumas pessoas de 'Sol'. Durante o tempo em que esteve no cativeiro do Parque Atalaia, foi alimentado com folhas de imbaúba e frutos naturais para não perder o instinto selvagem.

Segundo o coordenador do Parque Atalaia, o biólogo Alexandre Bezerra, a grande quantidade de animais silvestres encontrados em Macaé deve-se ao fato de na região não haver faixas florestadas entre as reservas e os fragmentos florestais. "Aqui, na região, a caça predatória e as queimadas influenciam o aparecimento desses animais ", disse.

Paca, bicho-preguiça, gambá, tamanduá e o raríssimo Jupará, além do bugio, coruja murucututu, tucanos e papagaios são exemplos de animais silvestres que já passaram pelos viveiros do Parque Atalaia. Os dois viveiros têm oito metros quadrados cada.

De acordo com o zoólogo da secretaria de Ambiente, o biólogo Henrique Charles, esses animais são apreendidos pela Guarda Ambiental ou entregues voluntariamente pela população. "O projeto é transformar o Parque Atalaia em referência na soltura de preguiça de coleira, tamanduá colete, papagaio chauá, pássaros silvestres, cobra, jiboia e macaco bugio, com prioridade aos animais em extinção", contou.



Macaco Bugio

O bugio (também conhecido por guariba ou barbado) está entre os maiores primatas neotropicais, com comprimento de 30 a 75 centímetros. Sua pelagem varia de tons ruivos e castanho. No caso da subespécie Alouatta guariba clamitans, os machos são vermelho-alaranjados e as fêmeas e jovens são castanho escuros.

Ele é famoso por seu grito, que pode ser ouvido em toda a mata, e pela presença de pelos mais compridos nos lados da face formando uma espécie de barba. O desmatamento ameaça a sobrevivência dos bugios de diferentes maneiras. A mais evidente é a retirada da vegetação, o que restringe seus ambientes a pequenos fragmentos isolados.

Alimenta-se predominantemente de folhas, flores, brotos, frutos e caules de trepadeiras. Pouco ativo, se locomove vagarosamente com a auxílio de sua cauda preênsil que pode atingir 80 cm. Pode atingir até nove quilos.



Parque Atalaia

O Parque Atalaia está localizado a 27 quilômetros do centro de Macaé. Possui 235 hectares - 75% de mata fechada - e é uma das poucas reservas de Mata Atlântica ainda intactas no Estado do Rio de Janeiro. Fica na área da antiga Fazenda Atalaia e foi usado como primeiro manancial de abastecimento da cidade com água potável. Foi criado em 1995 pela lei 1595/1995 e regulamentado de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, pela lei 2563/2004.


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