A Nossa Liga de Basquete está oficialmente criada. Como não podia deixar de ser, o presidente da Liga é o ex-jogador da Seleção Brasileira Oscar Schmidt. Macaé já está representada na entidade pelo técnico da equipe adulta Miguel Palmier.
Miguel explica que a Nossa Liga surgiu da insatisfação dos clubes em relação ao repasse de verba da instituição para os participantes da Liga. Foram 10 mil reais para cada clube durante todo o campeonato nacional, o que dá menos de mil reais por jogo, para ajudar a custear gastos com hospedagem, transporte e alimentação.
Oscar, com o aval das outras equipes participantes do Nacional, havia pedido uma reunião com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para tratar da questão financeira. Com a recusa da CBB em atender aos clubes, começou o movimento para criação de uma entidade independente, que já tem 42 clubes associados, 12 equipes femininas e 30 masculinas.
Outra insatisfação foi em relação à venda de propaganda nas placas das quadras. Esse dinheiro também não foi repassado aos clubes, bem como o direito de imagem das equipes. Das 16 equipes que participam do Nacional masculino, apenas o COC / Ribeirão Preto não apóia a Liga.
O presidente da CBB, Grego, anunciou que não apoiará a Liga, nem o campeonato Nacional, que será organizado pela entidade. Mas os clubes estão tranqüilos em relação a essa questão, uma vez que a Lei Pelé garante a criação de entidades esportivas independentes de suas confederações. Além de não ter o apoio dos clubes, Grego também não conta com o apoio de nove federações, que já montaram uma associação, que apóia a criação da Liga.
A Nossa Liga pretende aumentar a atuação do basquete no país, atendendo estados que hoje não têm representação na CBB, como o Espírito Santo, Pará, Piauí e Ceará. Isso sem contar com o desenvolvimento do esporte, que estará mais organizado. O repasse de verba também vai aumentar. De tudo o que for arrecadado, 10% ficará para a Liga, 20% será dos atletas e 70% irá para os clubes.
A Liga terá poder de fiscalização e poderá punir os clubes que não cumprirem os contratos firmados. No caso de um atletas não receber o salário, o dinheiro que seria repassado ao clube será usado para quitar a dívida. O clube só receberá a diferença do valor. Caso a dívida ultrapasse o valor do repasse, o clube ficará impedido de jogar a próxima competição.
Outra novidade será que o Campeonato Nacional será organizado pela Liga, e não terá mais apenas quatro meses de duração. Ele será organizado de forma que as equipes disputem apenas uma partida por semana. “Isso será muito importante para os clubes e principalmente para os atletas. Muitas vezes não temos tempo para recuperar um atleta e acabamos por prejudicar o time ou o próprio atleta. Dessa forma tudo ficara mais organizado. Essa liga foi a melhor coisa que aconteceu para o basquete nacional”, concluiu Miguel.