Foto: Ana Chaffin
Vinte e cinco artesãos participaram com peças no desfile e 27 estandes atuam na feira de artesanato
A Associação Polo de Artesanato de Macaé promoveu na noite desta sexta-feira (15) o 2º Desfile de Moda Artesanal por meio da Lei de Incentivo Cultural Paulo Gustavo (LC195/2022), através do Edital 06 da Secretaria Municipal de Cultura. Vinte e cinco artesãos participaram com peças no desfile na orla da Praia dos Cavaleiros, ao lado do Ponto de Informações Turísticas, e 27 estandes atuam na Feira de Artesanato.
As criações mostraram roupas diferenciadas, texturas e cores da paleta 2025 dando ênfase ao amarelo e dourado do “sol”, remetendo ao tema do desfile "Onde o Sol banha a terra serena", trecho do hino de Macaé. Crochê, bordado livre, biscuit, patchwork, cestaria e macramê foram as técnicas abordadas.
Para o secretário de Cultura, Leandro Mussi, a realização do 2º Desfile de Moda Artesanal é um exemplo do impacto positivo da Lei Paulo Gustavo em Macaé. “Com esse apoio, nossos artesãos têm a oportunidade de mostrar todo o talento e originalidade que representam a nossa cultura. É gratificante ver como esse incentivo transforma ideias em ações concretas, valorizando e dando visibilidade à produção local. Nossa cultura agradece e cresce com iniciativas como essa”, exaltou o secretário.
A presidente do Polo de Artesanato de Macaé, Juliana Fonseca, explicou que a 2ª edição do Desfile de Moda Artesanal do Polo de Artesanato de Macaé mostra na coleção primavera/verão o artesanato local e promove o trabalho de artesãos que se dedicam à produção manual e sustentável. “Os looks são conceituais e exclusivos e mostram ao público a valorização do artesanal, o feito à mão e o fomento à moda sustentável”, detalhou Juliana.
O desfile apresentou roupas, sandálias, acessórios, bolsas, moda pet, além de peças de decoração expostas no cenário. Foram mais de 20 looks em materiais como palha de fibra de bananeira, escamas de peixe, tecidos, fios de malha, linhas, sementes, metal, pedras e penas.
Juliana explicou que os modelos do desfile foram clientes convidados, artesãs e modelos iniciantes. "Quem gostou do desfile e se interessou por alguma peça, pode adquirir nesta sexta até as 22 horas. Além disso, no sábado também vamos funcionar das 10 às 22 horas e no domingo, das 10 às 17 horas”, informou, enfatizando o apoio da Prefeitura de Macaé e da Usina de Fomento Cultural.
O desfile foi promovido em uma passarela de nove metros e o público ocupou um espaço coberto com 200 cadeiras e arredores. Gisele Ferreira, de 52 anos, assistiu ao desfile. "A moda artesanal não é só sobre roupas; é sobre identidade, tradição e a força da comunidade. Os artistas estão de parabéns", comentou, citando as inovações apresentadas por meio de texturas, cores e técnicas.
Maria Fixikeira mostra upcycling e exalta sustentabilidade
A artesã Marilande Ribeiro representou, como foi no primeiro ano de desfile, em 2023, a marca Maria Fixikeira, com criações de moda feminina adulto e infantil com peças que incluem saias, cropped, macacão, blusas, vestidos e lenços. “Cada peça foi pensada dentro do tema escolhido, o sol e contemplando a paleta de cores primavera/verão 2025”, apontou.
Marilande ressaltou que a ideia é mostrar que o artesanato é versátil e sofisticado, integrando diferentes tipos de vestuário. “São peças que trazem estilo e exclusividade a quem valoriza o trabalho artesanal”, definiu, explicando que em suas criações utiliza um mix de técnicas e texturas como costura, crochê, bordado em pedraria e upcycling.
De acordo com ela, cada técnica agrega detalhes únicos às peças, e o uso do upcycling reflete seu compromisso com a sustentabilidade. “Reaproveito materiais e crio produtos exclusivos e sustentáveis. Esse cuidado com as técnicas e os materiais é algo que considero essencial para o artesanato”, assinalou.
Para a artesã, eventos que o Polo de Artesanato em Macaé vem desenvolvendo ao longo dos anos são fundamentais para valorizar o trabalho dos artesãos locais e dar visibilidade ao artesanato como expressão cultural e econômica. “Esse espaço permite que o público veja de perto a riqueza e a variedade das técnicas manuais, que muitas vezes são invisíveis no dia a dia. Além disso, é uma oportunidade para trocas de experiências e fortalecimento da rede de artesãos, o que contribui para o crescimento da economia local e promove a valorização da arte feita à mão. O artesanato sempre contribuiu para a identidade cultural local, mesmo em tempos da globalização”, expressou.
Elegância em nós: macramê em roupas, bolsas e sandálias
A artesã Rosângela Souza mostrou a coleção de verão da sua marca, RMarias Ateliê com peças feitas em macramê, incluindo bolsas, roupas e sandálias. “Cada item mostra a versatilidade do macramê. Essa coleção busca destacar a elegância e o trabalho manual por trás de cada peça, oferecendo uma nova visão sobre o artesanato”, assegurou.
Ela esmiuçou que o macramê envolve a criação de peças por meio de nós manuais, que resultam em texturas e acabamentos únicos. “O macramê permite desenvolver formas e detalhes complexos, que dão às peças um toque exclusivo e artesanal. Cada bolsa, roupa e sandália são feitas com cuidado, garantindo que cada detalhe seja único e feito à mão”, completou.
Para ela, o desfile fortalece o mercado de artesanato, dando aos artesãos um espaço para mostrar suas técnicas e inovações. “Participar de um desfile de moda com peças em macramê permite conectar o público ao trabalho artesanal valorizando tradição e criatividade no desenvolvimento de peças contemporâneas”, indicou.