Macaé comemora Dia do Choro na Praça das Artes

28/04/2016 08:40:00 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Bruno Campos

Repertório da Orquestra Popular de Macaé foi exclusivo dedicado ao choro

O Dia Nacional do Choro, celebrado no último sábado (23), em todo o Brasil, foi comemorado pela Orquestra Popular de Macaé (OPM), que exibiu na Praça das Artes, no Centro Macaé de Cultura, nesta quarta-feira (27), às 15h, um repertório exclusivo dedicado ao choro.

No local, o público assistiu ao concerto da orquestra, que utiliza instrumentos musicais como o sax, percussão, trompete, contrabaixo, trombone, flauta, guitarra, violino, bateria e violoncelo, sob a regência do músico Bruno Py, professor da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart), mantida pela Fundação Macaé de Cultura (FMC).

A mostra foi dedicada especialmente ao gênero instrumental, que é considerado genuinamente brasileiro, e também ao nascimento do compositor carioca Pixinguinha, a principal referência entre os amantes do choro. O repertório foi composto pelas músicas “Molengo”, “Bebê”, “Alfredinho no choro” e “Dando topada”, entre outras, todas com arranjo de Pixinguinha.

Ensaios – Esta foi primeira apresentação da OPM este ano, no projeto "Ensaios Abertos" da Emart, que visa proporcionar música de qualidade nas tardes das quartas-feiras. A orquestra é formada por dez componentes, entre professores, convidados, alunos e ex- alunos da Emart que já atuam no município desde o ano de 2008, participando de alguns dos mais importantes eventos.

- Na comemoração alusiva ao Dia Nacional do Choro, mergulhamos no universo de Pixinguinha com exclusividade. As partituras do acervo pessoal do mestre chegaram até a OPM através do Instituto Pixinguinha, pelas mãos do seu neto Marcelo Viana. São maxixes, choros e sambas arranjados para pequena orquestra. Trata-se de música brasileira ainda na sua origem urbana, de solidificação de estilos e gêneros musicais -, revelou o maestro.

História do gênero choro ou chorinho - O choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero de música popular e instrumental brasileira, que surgiu no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Pode ser considerada como a primeira música urbana tipicamente brasileira e ao longo dos anos se transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte.

A composição instrumental dos primeiros grupos de choro era baseada na trinca flauta, violão e cavaquinho - a esse núcleo inicial do choro também se chamava pau e corda, por serem de ébano as flautas usadas -, mas com o desenvolvimento do gênero, outros instrumentos de corda e sopro foram incorporados.

Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta da década de 1870, nascidos nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas. O flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, os pianistas Ernesto Nazaré e Chiquinha Gonzaga e o maestro Anacleto de Medeiros compuseram quadrilhas, polcas, tangos, maxixes, xotes e marchas, estabelecendo os pilares do choro e da música popular carioca da virada do século XIX. Herdeiro de toda essa tradição musical, Pixinguinha consolidou o choro como gênero musical, levando o virtuosismo na flauta e aperfeiçoando a linguagem do contraponto com seu saxofone e organizou inúmeros grupos musicais, tornando-se um dos maiores representantes do choro no país.