O Dia 25 de maio foi instituído como o Dia Nacional da Adoção. Sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a data serve muito mais para reflexões sobre o caso do que para festejos. A proposta foi do deputado federal catarinense João Matos (PMDB), que escolheu a data em homenagem ao primeiro encontro nacional de associações e grupos de apoio à adoção realizada em Rio Claro (SP) em 1996.
Em Macaé, o Centro Municipal de Apoio à Infância e Adolescência (CEMAIA), tem no momento, 30 crianças abrigadas conforme medida de proteção prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, aplicada pelo Ministério Público, Conselho Tutelar e Poder Judiciário. Dessas, 12 estão em processo de colocação em famílias substitutas e 18 em processo de reinserção familiar.
No entanto, a preferência dos casais cadastrados para adoções é para crianças recém-nascidas, de pele branca, sem problemas de saúde e do sexo feminino. "A intenção de comemorar esse dia é uma oportunidade que temos de contribuir para a desmistificação da adoção e ajudar na conscientização da população", disse o presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Fernando Horta.
A maioria das crianças que está na instituição tem idade acima dos três anos. Todas têm em comum a esperança de encontrar um lar na própria cidade. Em alguns casos, são grupos de irmãos. Esse fator, além da demora do poder judiciário, emperra o processo de adoção. É justamente nesta consciência que a data deve ser pouco comemorada e serve como reflexão profunda sobre o caso.
O principal entrave, no entanto, para solucionar o problema da adoção no Brasil não está exclusivamente na demora do Poder Judiciário. A maioria das pessoas cadastradas deseja uma criança sem problemas de saúde, da cor branca, do sexo feminino e recém-nascido. A Justiça encontra dificuldade para encaixar os casos com idades acima de três anos, do sexo masculino, morenas, mulatas ou negras, pertencente a grupo de até quatro irmãos.