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Macaé está em terceiro lugar no ranking estadual de desenvolvimento

22/05/2006 14:55:24 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Na última edição do Índice de Qualidade dos Municípios (IQM), Macaé passou a configurar o terceiro lugar no ranking estadual de desenvolvimento, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro e de Niterói. Os dados observados para esta conclusão foram editados com informações do ano passado.

“Estes indicam as principais alterações no processo de descentralização da economia no estado, destacando novos pólos de desenvolvimento econômico, principalmente no interior”, avaliou o presidente da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), Jorge Aziz. Na pesquisa, a distância que separa o desenvolvimento entre a região metropolitana e o interior do estado também foi retratada.

Dentre os indicadores analisados para esta avaliação, estiveram a produção e a distribuição de bens e serviços, o dinamismo de uma região ou município, a facilidade de incorporação e difusão de inovações e nível de investimentos. Também foram estudadas e averiguadas as facilidades de infra-estrutura, intensificação do consumo, fluxos financeiros e o crescimento demográfico, entre outras.

“A noção de desenvolvimento local integra várias dimensões, como as áreas sociais, culturais, políticas, econômicas e espaciais”, disse o professor. Ele acrescentou ainda que através de seu conjunto dinâmico, os municípios podem produzir prosperidade sólida e durável, não havendo aceitação apenas da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do município.

Aziz fez várias citações sobre os componentes que figuram para o desenvolvimento local. Por exemplo, o melhoramento dos efeitos de aglomerações, a intensificação das economias, a fixação local das empresas, a implementação de programas de trabalho e renda e o apoio à modernização do tecido empresarial. Também configuram neste conjunto, o estabelecimento de uma governança que associe as esferas públicas e privadas e a criação de instrumentos institucionais com vista a adaptar as mudanças e antecipar os desafios revelados no processo de crescimento de uma determinada localidade.

Conforme disse o presidente da Funemac, a metodologia adotada qualifica os municípios em cinco classes: A, os dez com melhor desempenho; B, aqueles que se situam entre o 11º e 30º lugares ; C, os que ficam entre o 31º e o 62º lugares; D, as cidades entre a 63ª e 82ª posições e E, os dez municípios com pior desempenho.“Macaé estava em quinto lugar na primeira edição do IQM, baseada no ano de 1998, quando localizava-se abaixo de Resende e de Volta Redonda”, conta Aziz.

De acordo com o IQM, a cidade de Quissamã saltou da Classe D em 1998, para a Classe B, em 2005. Rio das Ostras saiu da Classe C para a Classe B, no ranking estadual. Carapebus deixou a Classe D e agora configura na Classe C. Armação de Búzios, apesar de continuar na Classe C, subiu do 40º para o 18º lugar.

“Tudo isso se deve a atividade extrativa de petróleo e gás na região Norte Fluminense do nosso estado”, declarou Aziz. Ele disse que esta atividade econômica é responsável pelo salto qualitativo na economia do estado nos últimos oito anos. Em 1998, a extração de gás e petróleo na região oferecia contribuição de 2% do PIB. Atualmente, responde por 20% do total.

Ele adiantou também que todo esse processo resulta de conjunção de fatores relacionados entre si, os quais devem não só propiciar a implantação de unidades produtivas na região, mas também infra-estrutura necessária para sua sustentabilidade. “Sob esse aspecto, é relevante destacar a importância do capital social representado pela integração entre as práticas políticas e sociais locais e os agentes econômicos engajados numa cultura empresarial”, explicou. Ele salientou ainda que os gestores públicos das três esferas governamentais (federal, estadual e municipal) também são protagonistas desta realidade.

Para concluir Jorge Aziz disse que é necessário promover novas formas de gestão, cabendo principalmente às administrações municipais a função de integrar estes agentes e de induzir empreendimentos, buscando desenvolver o potencial de cada município e proporcionar as relações entre as municipalidades próximas para criar economias complementares.