Seis representantes da sociedade macaense foram eleitos delegados titulares e dois como suplentes na I Conferência Municipal de Políticas de Promoção de Igualdade Social, realizada no sábado, 7 de maio, no Centro de Convenções Roberto Marinho, para representar Macaé nas conferências Estadual e Nacional e traçar planos de políticas públicas municipais que atendam as minorias étnicas raciais, contribuindo para a elaboração do plano Estadual e Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
Foram eleitos delegados titulares Sebastião de Paula Pirair – do Momacune (Movimento Macaense Negro); Maria Lúcia Vacare – do Afoxé; Mestre Dengo – da Associação Cultural Raízes de Aruanda; Sérgio Alves Brito – Fórum do Movimento Negro de Macaé; Vanone-Rapmam, representando o hip hop de Macaé e Juvêncio Claro Papes, representante da OAB/Macaé. Como suplentes, Weldeson Pereira Cabral, da Religiosidade Africana e Carmelita Reis, da Associação de Moradores Costa do Sol.
Abrindo a Conferência, a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Ivana Mussi Luz, ressaltou a necessidade de aprofundamento das relações de gênero e raça e união para superação de qualquer tipo de desigualdade, sendo essas ações tarefa do governo e da sociedade, em reconhecimento a 50% da população, que é afro descendente. Para Ivana, o reconhecimento da pluralidade da população brasileira e o desenvolvimento de políticas de promoção da igualdade racial são passos prioritários para a construção de uma sociedade mais justa e humana.
Ela ressaltou, também, ser 2005 o Ano Nacional de Promoção da Igualdade Racial e falou sobre as ações, como o CORAFRO e as atividade do Projeto Art Luz, desenvolvidas pela prefeitura, através da Fundação Macaé de Cultura, ligadas à igualdade racial, e que procuram agregar e fortalecer todas as entidades ligadas ao poder público e sociedade civil no grande processo de inclusão social.
Após a leitura do Regimento, o professor Amauri Pereira, em sua palestra, discutiu a presença pouco visível do negro na sociedade brasileira. Ele disse que o diagnóstico da sociedade mostra o abismo da desigualdade social no país e que os historiadores foram e são omissos quanto a imigração brasileira, já que em 350 anos de tráfico, entraram no país cerca de 4 milhões de negros. Lembrou que após a abolição chegaram ao Brasil os imigrantes para eugenizar a população brasileira, o que explica a pele mais clara.
Os 21 anos da trajetória do movimento negro foram apresentados em vídeo e várias propostas foram lançadas, como: inserir na grade da rede municipal de ensino, culturas de afro-descendentes; criar a Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, com promoção da inclusão social e inserção no mercado de trabalho; oportunizar que os negros possam apresentar suas culturas e vivências; criar projetos que incentivem os jovens afro-brasileiros, implementar o Hip Hop para jovens de baixa renda, visando a inclusão natural da igualdade racial; programas de treinamento voltados para os profissionais da área de saúde com objetivo de diagnosticar e tratar as doenças da população negra; efetivação do Programa Saúde de População Negra, com ênfase em mulheres negras e jovens, criação de Secretaria Municipal e do Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial, entre outros.