O serviço de acolhimento institucional para mulheres em situação de risco e de violência foi o principal tema debatido durante o 1º Fórum da Rede de Proteção e Atendimento à Mulher. O evento foi realizado no auditório do Paço Municipal e reuniu representantes de mais de 10 cidades da região.
O evento teve início com um vídeo enviado por Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado e que deu nome à Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006. A Lei Maria da Penha cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Em seguida, a mesa de abertura foi composta pela secretária de Políticas para Mulheres, Jane Roriz, e pela membro da diretoria do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), Fátima Maria dos Santos, que destacou a luta travada por aquelas que vieram antes.
“A trajetória da Maria da Penha por justiça permitiu que estivéssemos aqui. Nós todas sabemos o quanto é difícil ser mulher, apesar de gerarmos o mundo, e romper com todos os estigmas”, pontuou Fátima.
A secretária de Políticas para Mulheres, Jane Roriz, destacou que o fórum representa o fortalecimento das políticas para a mulher no interior.
“Fico muito feliz pela possibilidade de podermos construir juntos um futuro melhor para as nossas filhas e as mulheres em geral. Que a nossa voz possa ser forte e que possamos ser vistos como municípios vizinhos da capital com o olhar de cuidado e atenção que a causa merece”, destacou.
O evento teve como pauta prioritária o acolhimento institucional para mulheres vítimas de violência doméstica com risco ou ameaça à vida. No primeiro painel, quem tratou sobre o tema foi a assistente social, mestre em Políticas Sociais e coordenadora da Casa da Mulher Benta Pereira, Leisia Rocha, que falou sobre as dificuldades nas políticas de assistência.
“Embora a casa abrigo constitua uma das mais importantes políticas de assistência às mulheres sob grave ameaça e risco de morte, é necessário ampliar as estratégias de atendimento. É preciso que todos nós pensemos em outros formatos de acolhimento que atendam a diversidade de mulheres”, sinalizou.
Representantes da Central Judiciária de Acolhimento da Mulher Vítima de Violência Doméstica (Cejuvida), a psicóloga, Maria José de Melo, e a assistente social, Maria da Guia dos Santos, apresentaram a Central de Abrigamento provisório, responsável por fazer a ponte entre as delegacias e os abrigos.
Durante a tarde, o segundo painel teve como tema a troca de olhares e experiências entre os serviços de atendimento à mulher, com explanações sobre o trabalho desenvolvido nos municípios de Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio, Itaperuna, Arraial do Cabo, Quissamã, Campos e Carapebus.
O encerramento do fórum contou com a apresentação da advogada que compõe a equipe técnica do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), Rute Curvelo. O próximo município a sediar o evento será Cabo Frio, em outubro.