Foto: Ana Chaffin
Prefeitura levou para o calçadão da Rui Barbosa informações sobre o combate à violência doméstica.
O Dia Internacional pela Não Violência contra a mulher, 25 de novembro, foi lembrado no calçadão da Avenida Rui Barbosa - principal artéria do comércio de Macaé. No local, a prefeitura por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres montou um stand composto de uma coletânea de informações sobre o assunto e uma equipe multidisciplinar para propagar o ativismo pelo fim da violência à mulher.
Durante toda tarde, a equipe, formada por assistentes sociais, psicólogas e advogadas fez abordagem às mulheres que passavam pelo calçadão, conscientizando-as para que lutem pelos seus direitos e não permitam nenhum tipo de agressão. Na ocasião houve distribuição de panfletos sobre os direitos das mulheres, a Lei Maria da Penha e telefones úteis para denúncia no caso de violência.
A subsecretária de Políticas para as Mulheres, Vânia Deveza, à frente do evento, explicou que quase diariamente chegam registros de casos de agressão na subsecretaria e que por isso, é muito importante cada mulher ter noção de que a violência não compensa.
- Muitas mulheres são presas à submissão financeira. Elas têm que ter coragem e denunciar, pois são perfeitamente capazes de viver e de encarar a vida e de vencer o medo do dia-a-dia. O Dia Internacional da Não violência contra a Mulher é importante porque lembra que violência contra mulheres não é apenas uma questão das mulheres, mas sim de toda a sociedade - pontua.
Durante a abordagem muitas mulheres foram alertadas e incentivadas a lutar pelos seus direitos. “Nós informamos que o município tem responsabilidade pública no enfrentamento a essa violência e que a subsecretaria de Políticas para as Mulheres está à disposição daquelas que diariamente sofrem algum tipo de agressão. Por isso, é preciso que elas se encorajem e nos procurem para acabar com esta situação”, assegurou Vânia Deveza.
Para Cristiane Vieira, 30 anos, moradora da Barra de Macaé e que passava pelo local, as informações que recebeu foram muito proveitosas. Em sua opinião a mulher tem que denunciar para não ficar a vida inteira sendo agredida. Cristiane contou um caso de uma ex-vizinha que apanhou muito do marido até tomar coragem.
- O marido de minha ex-vizinha batia muito nela e soubemos que até de choque elétrico ela foi vítima. Eles se mudaram para o Rio e lá ele bateu tanto que deformou o rosto dela, foi então que ela tomou coragem e denunciou, fez um boletim de ocorrência. Eu soube disso quando ela me ligou para contar e dei a maior força, pois temos que ser mulheres de atitude e coragem – assegurou.
Segundo especialistas, o enfrentamento da violência de gênero muito prejudica a qualidade de vida das mulheres, gerando insegurança e vários danos, tanto físicos e emocionais. “É um tipo específico de violência que vai além das agressões físicas e da fragilização moral e limita a ação feminina. É muito mais complexa do que a violência doméstica, pois não acontece somente entre quatro paredes, mas se faz presente em todos os lugares, por alegações aparentemente fúteis. A violência de gênero carrega uma carga de preconceitos sociais, disputas, discriminação, competições profissionais, herança cultural machista, se revelando sobre o outro através de várias faces: física, moral, psicológica, sexual ou simbólica”.
Quando começou - O Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres foi estabelecido no primeiro encontro feminista latino-americano e do Caribe realizado em Bogotá, Colômbia em 1981. O dia 25 de novembro foi o escolhido porque, nesta data, em 1960, ocorreu o assassinato das irmãs Minerva, Pátria e Maria Tereza Mirabal, ativistas que utilizavam o nome secreto de Las Mariposas, e que antes de serem mortas pela ditadura da República Dominicana, foram perseguidas e postas na prisão. A partir de 1991 a campanha internacional ganhou força quando 23 mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (Center for Women’s Global Leadership - CWGL), decidiram promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. Hoje, cerca de 130 países desenvolvem esta campanha, conclamando a sociedade e seus governos a combater a violação dos direitos humanos das mulheres.