Os investimentos na área social aplicados pela prefeitura de Macaé somaram pontos para a cidade ter obtido na semana passada o título de segunda cidade mais dinâmica do país, abaixo apenas de Paulínia (SP), segundo pesquisa da Florenzano Marketing, da capital paulista. O levantamento da consultoria apontou que Macaé investe 3,4 vezes mais que a média nacional na área social, representando um gasto anual de R$ 1.450 por habitante.
Um exemplo é a contribuição de cerca de R$ 16 milhões por ano para entidades sem fins lucrativos da cidade, através de subvenções ou contribuições, para atender crianças, adolescentes, adultos, terceira idade, moradores de rua, portadores de necessidades especiais, dependentes químicos e outros, por meio de atividades sociais, educacionais, culturais, esportivas, recreativas e assistenciais. Segundo levantamento do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Macaé (Fumdec), essas entidades atendem cinco mil pessoas por ano, fora os 20 mil atendidos por mês pelo Restaurante Popular. O município conta ainda com 100 programas sociais, que assistem desde a gestante até a terceira idade.
Um dos próximos projetos a serem implantados, voltados para a terceira idade, é a construção do Centro de Convivência do Idoso, no bairro da Ajuda, em uma área de mais de dois mil metros quadrados. O Centro de Convivência terá refeitório, sala de atendimento médico, de fisioterapia, projetos manuais, alfabetização de adultos, serviço social, de entretenimento, arte e cultura, além de outros espaços. A estrutura será um Centro de Referência para Atendimento à Terceira Idade.
A saúde e a educação são outros dois setores referenciais em Macaé, segundo pesquisa de consultorias e fundações. Os programas de saúde refletem um dos menores índices de mortalidade infantil do estado, com 8,2 mortes para cada mil nascidos vivos. O Hospital Público Municipal (HPM) terá investimento este ano de cerca de R$ 50 milhões em sua manutenção. Já no setor de educação, responsável por 116 unidades de ensino, o município apresenta uma das menores taxas de analfabetismo do estado: 7,3%. São quase 50 mil alunos matriculados em escolas, creches e unidades de atendimento especializado.
A capacitação e a qualificação da mão-de-obra local é outra meta da atual administração. Com a criação no ano passado da Secretaria de Trabalho e Renda, a prefeitura busca vagas no mercado para os trabalhadores, além de promover cursos gratuitos para a comunidade. Um exemplo disso é a implantação da Central de Atendimento Especializado ao Trabalhador (Caet), no segundo semestre de 2005. O setor terá ainda mais reforço este ano a partir da construção da Escola do Trabalhador, que vai oferecer curso básico e profissional.
SUSTENTABILIDADE - Obras de infra-estrutura urbana, asfaltamento, serviços públicos de manutenção de vias, construção de casas populares, do Complexo Universitário, do Pólo Industrial e ainda este ano, do Pólo Tecnológico, somam pontos para engrossar a estatística da cidade de contabilizar o segundo lugar no ranking das melhores cidades do Brasil para se investir. “Nosso desafio é criar mecanismos para garantir a sustentabilidade da cidade no futuro, por isso, hoje, usamos os royalties em obras e em investimentos que dão resultado em curto prazo, mas também em médio e longo prazos, como o Complexo Universitário”, destacou o prefeito Riverton Mussi (PSDB).
O prefeito Riverton Mussi ressalta que todas as ações que beneficiam a população são feitas sob o rigor fiscal da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Nosso objetivo é promover a inclusão social do cidadão macaense no processo de desenvolvimento econômico da cidade. Para isso, investimos em capacitação profissional e educacional, como na Escola de Informática, gratuita para a população e na Escola de Idiomas, que será inaugurada em breve”, disse o prefeito, que negocia com universidades públicas e privadas as instalações de suas unidades dentro do Complexo Universitário.
Outra novidade anunciada pelo prefeito é o projeto de lei que o governo municipal vai enviar para aprovação do Legislativo para incentivar o ingresso do jovem macaense em universidades particulares do município. “Vamos enviar um projeto de lei concedendo um auxílio que varia de 20% a 80%, não ultrapassando o valor de um salário mínimo, para o jovem morador de Macaé ter oportunidade de fazer uma faculdade particular instalada na cidade”, detalhou.
Potencial de consumo avança no município
De acordo com a pesquisa da Florenzano Marketing, Macaé – que produz 83% do petróleo nacional - está em primeiro lugar no ranking de dinamismo dos 92 municípios fluminenses. Cabo Frio, da Região dos Lagos, fica na segunda posição do ranking, mas na classificação geral dos 300 municípios mais dinâmicos do estado, cai para o 15º lugar. Da região Norte Fluminense, Campos fica em oitavo lugar entre os 92 municípios do Rio, sofrendo uma queda para a 200ª posição no estudo geral das 300 cidades. Na lista dos 26 mais dinâmicos do Rio, não aparece outro município do Norte Fluminense.
O estudo da Florenzano Marketing sobre o mercado nacional de consumo analisou o desempenho do Índice de Potencial de Consumo (IPC) nos municípios do Rio – e de todos os outros estados -, que reflete diretamente no poder de compra do fluminense. O IPC é o cálculo das despesas das famílias brasileiras com o consumo de bens não-duráveis e duráveis e a repartição dessas despesas por cidades. O IPC é um dos índices que medem o dinamismo das cidades.
Em Macaé, a renda da população – estimada pela pesquisa em 156 mil habitantes, segundo dados de 2004 do IBGE - foi de R$ 1,5 bilhão em 2005, representando 0,142% da renda brasileira, segundo a sétima edição do Atlas do Mercado Brasileiro, publicado pela Gazeta Mercantil, usando como fonte o levantamento da Florenzano Marketing. A análise mostra que o potencial de consumo atrai grandes empresas e redes para a cidade. Lanchonetes como Mc Donald`s, Bob´s e Habib’s, além de três grandes supermercados (Grupo Sendas, Grupo Pão de Açúcar e ABC Compre Bem), e o Só Ofertas, se instalaram na cidade nos últimos anos. Grupos hoteleiros de grande porte também se instalaram no município como o Íbis, San Diego, Comfort, além do processo em andamento de instalação dos hotéis da rede Sheraton e Othon.
O levantamento da Florenzano apontou os gastos com a manutenção das famílias, mostrando que em Macaé o potencial de consumo avançou. Em carne vermelha, foram gastos no ano passado por toda a população, R$ 14.383.000 (0,116% do país); em carne de frango, o macaense gastou R$ 11.076.000 ou 0,139%; em frutas, o consumo foi de R$ 9.024.000 (0,146%), e em legumes e verduras a pesquisa registrou gastos de R$ 5.552.000 ou 0,126% do total do país, relativos ao acumulado dos doze meses do ano passado.
Ainda segundo a pesquisa que mostra o poder de consumo do macaense, no setor de leite e derivados, foram gastos R$ 27.023.000, o que representa 0,148% do consumo no país. Com iogurtes, o consumo foi de R$ 1.629.000 ou 0,143% do Brasil. Com macarrão, foram gastos R$ 2.513.000 (0,105%). Já os panificados registraram R$ 20.992.000, somando 0,143% do consumo nacional. Os entalados e conservas também foram analisados e registraram venda de R$ 2.306.000 no ano passado, com fatia de 0,184% no mercado brasileiro. O óleo de cozinha foi outro bem analisado, com R$ 3.705.000 de venda e espaço de 0,1% no mercado nacional.
Comércio é aquecido com IPC alto
O desenvolvimento do comércio macaense comemora as estatísticas positivas do IPC do ano de 2005. No somatório do consumo de toda a população da cidade, em maionese foram gastos R$ 759 mil nos doze meses do ano passado, ocupando um espaço de 0,16 do mercado brasileiro. Em refeições fora de casa, o munícipe gastou R$ 94.446.000, ou 0,18% do poder de compra nacional. Em refeições preparadas, o macaense consumiu R$ 4.845.000 (0,12%); em biscoitos, doces e salgados foram contabilizados R$ 5.504.000 (1,13%); em café moído, R$ 3.062.000 (0,12%) e em cerveja, a soma dos goles de todos os moradores de Macaé registrou despesa de R$ 14.582.000, ou 0,178% do consumo brasileiro em 2005.
Com refrigerantes, o consumo também foi alto: R$ 14.184.000 (0,14%); em sucos, as vendas foram de R$ 8.393.000 ou 0,14% do índice nacional. Uma estatística alarmante foi divulgada pelo levantamento da Florenzano Marketing: os moradores de Macaé gastaram R$ 9.525.000 em fumo no ano passado, ou 0,152% do mercado brasileiro. Com produtos de higiene, o consumo também avançou, registrando R$ 25.054.000 em 2005, uma fatia de 0,139% de todo o país. Com papel higiênico, foram gastos R$ 4.006.000, representando 0,168% de todo o consumo nacional.
As mulheres – e também os homens – freqüentaram de forma assídua os salões de beleza de Macaé no ano passado. Somente neste setor, o munícipe gastou R$ 8.230.000 (0,159%). Em produtos de limpeza, os gastos somaram R$ 8.377.000 (0,127%). Já na aquisição de imóveis, foram consumidos R$ 11.652.000, o que representa 0,032% do total no Brasil no ano passado. A reforma de imóveis também foi analisada pela pesquisa, que apontou gasto pela população de R$ 21.786.000 no setor em 2005 na cidade, ocupando uma fatia de 0,106% do total do Brasil.
No item aluguel de imóveis o levantamento confirma a especulação imobiliária que o município enfrenta: foram gastos R$ 231.852.000 neste quesito, uma fatia de 0,166% do total no país. Ainda de acordo com o Atlas do Mercado Brasileiro, em acessórios para banheiros foram consumidos em Macaé R$ 1.251.000 ou 0,107% somente no ano passado. Já em móveis, a pesquisa mostrou registro de R$ 24.045.000 ou 0,126% do somatório no país.
Aquisição de veículos registra consumo de R$ 67 milhões
Na aquisição de veículos foram gastos pela população de Macaé R$ 67.150.000 (0,097% do consumo nacional) no ano passado, segundo a Florenzano Marketing; na manutenção de veículos o consumo foi de R$ 14.701.000, representando 0,103% do mercado. Em eletrodomésticos, os gastos somaram R$ 25.157.000 ou 0,135%. Em roupas masculinas foram vendidos R$ 13.836.000, uma fatia relativa a 0,113% do mercado. As roupas femininas contabilizaram vendas de R$ 15.596.000, ou 0,116%. Já em roupas infantis os comerciantes da cidade venderam R$ 7.056.000 (0,103%).
O consumo com calçados também foi alto, registrando R$ 17.956.000 (0,116%); em educação (primeiro e segundo graus), os gastos foram de R$ 54.668.000 (0,147%); com médicos, o munícipe investiu R$ 4.515.000 ou 0,156% do total no país. Já com tratamento dentário o volume investido foi maior do que com médicos, registrando R$ 10.526.000 ou 0,185%. Em planos de saúde o munícipe aplicou R$ 29.180.000 no ano passado, ocupando 0,176% do mercado. Em remédios, o consumo foi de R$ 32.281.000 (0,144%).
Com óculos e lentes, o consumo foi de R$ 2.322.000, um somatório de 0,133% do total do mercado. Já em aparelhos de som, foram gastos R$ 4.234.000 ou 0,141%. Em brinquedos e jogos, o valor foi de R$ 4.272.000 ou 0,17% do total no país. Em livros e revistas, o consumo não foi tão alto em comparação com outros bens de consumo: neste setor, o munícipe deixou R$ 7.516.000 ou 0,22% do mercado brasileiro. Em viagens, o macaense gastou R$ 16.340.000, representando 0,115% do mercado. Com celular, o consumo também foi alto, de R$ 49.763.000 ou 0,135% do total do país no acumulado dos 12 meses do ano passado.
Todos esses dados constam na sétima edição do Atlas do Mercado Brasileiro, publicado pela Gazeta Mercantil. Além do Índice de Potencial de Consumo (IPC), o levantamento que apontou as cidades mais dinâmicas do país analisou a variação do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao Brasil, operações bancárias por habitante, criação de empresas, licenciamento de veículos e gastos municipais, por habitante, em saúde, educação, saneamento e ciência e tecnologia.