Macaé Paraolímpico já tem dez alunos

01/08/2006 17:59:58 - Jornalista: Catarina Brust

O projeto Macaé Paraolímpico, da prefeitura, já iniciou o treino do time de cadeirante de basquete, com os dez atletas cadastrados na Fundação de Esporte de Macaé (Fesporte) e no Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência Física (CMPPDF). A Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef) também participa do programa. O objetivo do programa é integrar o deficiente no convívio social, promover o esporte e aumentar auto-estima.

O programa é direcionado aos atletas com deficiência nos membros inferiores, como paraplégicos, amputados ou com seqüelas de poliomielite. O grupo de atletas cadeirantes da Fesporte desfilou no aniversário da cidade de Macaé, no último sábado (29). O CMPPDF tem cadastrado mil e quinhentos portadores de deficiência em Macaé.

- Isso é um projeto social que visa estimular e desenvolver a prática esportiva nos deficientes, aumentando a auto-estima. Geralmente eles não desenvolvem nenhum tipo de atividade, não trabalham e nem estudam, por causa da dificuldade de locomoção. Por isso, o projeto inclui alimentação e transporte para eles participarem do programa, destaca a Fernanda Pereato, assistente social do Conselho.

Com treinos duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, das 13h às 15h, o projeto começou com a implantação do time de basquete, e deverá ser estendido a outras modalidades, como atletismo, tênis de mesa e quadra, etc. O projeto engloba ainda atendimento de psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais.

Exercícios básicos de adaptação à cadeira, própria para a modalidade, é a primeira etapa que o técnico Antônio Pulga está desenvolvendo com os portadores de deficiência. “Além disso, estou trabalhando a adaptação com a bola de basquete que muitos não conhecem e é uma bola mais pesada que a de futebol, por exemplo. Eles precisam perder o medo da bola. Na metade para o final dos treinos é feito um “jogo brincadeira” para que eles possam se descontrair. O aprendizado do basquete de cadeirante é um pouco mais lento que o convencional”, explica ele.

A intenção do projeto, segundo Antônio, é montar um time da cidade, que poderá estar participando de competições em janeiro ou fevereiro do ano que vem.

- Uma boa percepção do trabalho que a prefeitura está desenvolvendo é quando acaba a aula e eles dizem: mas já acabou? Eles comentam que vão chamar conhecidos que também tem a mesma deficiência para virem para o projeto. Não é qualquer prefeitura que encara um trabalho como esse. Só quem está de coração aberto e quer promover a inclusão social mesmo, faz um trabalho assim voltado para os deficientes, explica Antônio Carlos Ferraz Magalhães (o Antônio Pulga), coordenador do projeto do Macaé Paraolímpico.

Com 41 anos, o carioca Antônio Carlos jogou basquete no Fluminense e em Julia Nova, na Itália, e recentemente estava no Vasco da Gama, onde treinava a equipe profissional masculina e feminina do basquete. Durante dois anos dirigiu a Seleção Brasileira de basquete de cadeirante de rodas e foi o técnico da Seleção Brasileira Paraolímpica em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996.

Da mesma geração de Oscar, Antônio não parou de jogar basquete, e hoje é da categoria master, onde foi campeão em 2003, no World Maxi Basketball, no Complexo Disney, na Flórida (EUA). Em seu currículo, ainda consta as vitórias nos Campeonatos Brasileiros de 94 e 96, com a equipe de cadeirante de rodas de basquete. Antônio também participa no Rio de jogos beneficentes de basquete, ao lado de grupos como o Barão Vermelho e Cidade Negra, e do jornalista Pedro Bial, para angariar fundos para instituições de caridade.

- A prefeitura quer fazer de Macaé a cidade do basquete, também trazendo eventos que divulgarão ainda mais essa modalidade esportiva, destacou Antonio.