Foto: Kaná Manhães
Solar dos Mellos: resgate da história de Macaé
A visão de que o Museu é um espaço cultural onde há incremento de quesitos como criatividade e revitalização do ambiente no qual está inserido foi um dos assuntos tratados pelos participantes da Assembléia Setorial de Museus. Agentes culturais de cidades como Rio de Janeiro, Macaé, Petrópolis, Barra Mansa, além de Brasília, se reuniram esta semana no Palácio Gustavo Capanema, no centro da cidade maravilhosa.
Segundo o subsecretário de Acervo e Patrimônio Histórico de Macaé(Semaph), o professor de História, Ricardo Meirelles, só no estado do Rio há cerca de 90 museus. “Está havendo maior ênfase na popularização e na democratização dos museus e, conseqüentemente, mais valorização da memória e da cultura. Isso afasta o estigma de que o brasileiro não guarda o passado, desvalorizando a sua memória”, opina ele.
- Achei interessante que nas favelas cariocas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, onde há cerca de 100 mil habitantes, funciona o Museu da Favela (Muf). Lá, se diz sobre tudo que é do interesse daquela comunidade: divulgação de artistas locais, estímulo aos eco-artesãos e disponibilização dos roteiros culturais da região, além de efetuação de constantes exposições de interesse dos moradores – conta o subsecretário.
Ele acrescenta que o ditado popular “quem gosta de passado é museu” fica de fora da realidade, uma vez que os museus têm levado vida, cultura e conhecimento histórico de forma substancial para os fluminenses, sendo um espaço querido e valorizado por muitos cidadãos.
A Assembléia
Além do subsecretário, o Museu da Cidade de Macaé, também denominado de Solar dos Mellos, levou ao encontro no Rio a chefe de Divisão da Semaph, Salma Marques.
Ela conta que houve na ocasião discussão de cinco eixos temáticos: a produção simbólica e diversidade cultural, a cultura sob o ponto de vista da cidade e da cidadania, a cultura e o desenvolvimento sustentável, a cultura e a economia criativa e a gestão (institucionalidade) da cultura.
- É importante o fato de que nessa assembléia foram escolhidos três delegados e três suplentes para defender suas propostas na Pré-Conferência Setorial de Museus e Memórias, que se realizará no próprio Palácio Gustavo Capanema, no final de fevereiro – pontua Salma.
Gestão dos Museus
Ricardo Meirelles ainda diz que também foram tratadas questões como o fato de o estado não poder fugir de suas responsabilidades para gerir os museus históricos.
Para ele, os museus históricos devem ser geridos pelo poder público, mas os museus mais modernos, mais recentes, que enfatizam temas diversos, como o Museu da Favela, o Museu da Amazônia e outros podem ser administrados pela iniciativa privada.
- Já os museus históricos, como o da Inconfidência Mineira, por exemplo, devem ter como administradores setores governamentais – conclui.