Para pontuar a família contemporânea no Sistema Único de Assistência Social (Suas), aconteceu durante a manhã e a tarde de terça-feira (16), no auditório do Parque de Exposições de Quissamã, o segundo Fórum Regional do Paif (Programa de Atendimento Integral à Família).O evento reuniu cerca de 150 profissionais ligados ao serviço social, psicologia e coordenação técnica do setor social de prefeituras da Região Norte Fluminense. Foram representadas as cidades de Macaé, Campos, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Quissamã, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra.
Representando Macaé esteve presente o presidente da Fundação de Ação Social (Fas), Fernando Horta, liderando equipe de psicólogas e assistentes sociais da municipalidade. Ele disse que na cidade a Fas tem a responsabilidade de executar o Paif, dando conta das questões referentes à família. “Com a transformação do Programa Sentinela em Creas, a Fas passa a tratar da problemática da violência na família de uma forma generalizada, abrangendo assim não só crianças, mas também idosos, portadores de deficiência e mulheres”, disse Fernando Horta.
Ele disse ainda que já acontecem em Macaé trabalhos de redes de proteção como os projetos Sorria (Sistema de Orientação da Rede Municipal de Apoio à Infância e Adolescência) e Colméia (Rede Municipal de Proteção à Família). “A prefeitura, preocupada com a violência na família, criou um programa municipal de proteção à família, intitulado Guardião, que está em fase de implantação”, explicou. Durante o Fórum, o presidente da Fas, disse que este programa será composto por equipe multidisciplinar, formada por órgãos da prefeitura, por exemplo as secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Infância e Adolescência, além do Conselho Tutelar e outros.
Em exposição, no plenário, Fernando Horta citou esta sinergia aos secretários, técnicos, gestores da área social e demais participantes. Muitos pretendem seguir o exemplo pioneiro de Macaé, e trabalhar em rede. “A prefeitura de Macaé vem demonstrando, dessa forma, um novo conceito de serviço público, baseado na agilidade, bom atendimento e eficácia, garantindo o direito do cidadão ao serviço social”, frisou ele.
A principal palestra do evento foi “A Família Contemporânea em Debate no Suas”, ministrada pelo psicólogo, cientista político e professor da Escola de Serviço Social da UFRJ, Eduardo Mourão Vasconcelos. Ele disse que o Serviço Social não pode querer que a família siga os moldes tradicionais, mas deve promover adequação à nova realidade, consciente da diversidade dos arranjos sexuais e domésticos. Segundo o palestrante, 65 por cento da força de trabalho na atualidade são compostos por mulheres. “Hoje há um aumento das famílias monoparentais, lideradas e providas exclusivamente por mulheres”, destacou
O professor da UFRJ registrou ainda a fragmentação da prestação do serviço social, que deve evitar atendimentos isolados. “É necessário que se atenda a estrutura familiar, pois a causa dos problemas está na demanda proveniente do arranjo familiar”, afirmou. Ele também se referiu aos problemas vividos pela família, como gravidez precoce, desemprego, violência e outros.
No período da tarde, os participantes foram direcionados a grupos temáticos e apresentaram sugestões a nível técnico. Um dos grupos defendeu uma maior interrelação entre os psicólogos, assistentes sociais e coordenadores técnicos, com objetivo de promover o bem estar das famílias. Outro grupo sugeriu averiguação das necessidades de incluir a população no projeto Geração de Trabalho e Renda (GTR). “Todos os trabalhos contribuíram para troca de experiência entre as profissionais”, afirmou a estagiária de serviço social de Macaé, Bárbara Wan-de-rey de Barros.