Macaé vai sediar entre os dias cinco e oito de março a I Jornada Nacional da Solidariedade, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho (Macaé Centro). O evento, organizado pela Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac) tem como principal objetivo promover a valorização das pessoas portadoras de deficiência, seja motora, visual, auditiva ou sensorial. A Jornada tem apoio da prefeitura, da Petrobras e do Governo Federal, através da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
- Queremos que administradores, gestores, pedagogos, professores, deficientes, crianças enfim, a população em geral, sejam conscientizados do imenso potencial que aqueles que têm alguma deficiência podem proporcionar à sociedade, disse a coordenadora de projetos da Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac), Rita Barreto.
Segundo os organizadores, o evento também tem como objetivo combater o estigma que culturalmente as sociedades impuseram aos deficientes, através da exclusão social. Tanto que o slogan do evento é “Tornar fácil o que não é difícil: a diferença é normal”. Para o presidente da Amac, Marcos Passos, o tema educativo da inclusão vai colaborar para que famílias e cidadãos tomem consciência que cada pessoa tem sua dificuldade, porém com potencialidades a serem descobertas, valorizadas e treinadas.
- O poder público, tanto a nível federal, estadual ou municipal, deve tomar medidas para pôr em prática a verdadeira qualidade de vida, combatendo toda forma de estigma e exclusão social dos deficientes. O apoio da prefeitura e do Governo Federal à Jornada já mostra um comprometimento neste sentido, disse o presidente da Amac.
Com entrada franca, o evento tem na programação palestras de 22 especialistas, com temas como inclusão do deficiente na sociedade, acessibilidade e comunicação. Também haverá shows e apresentações artísticas, com os grupos Portadores de Alegria (Macaé), o de Teatro Novo, com participantes com síndrome de Down (Niterói), o de Teatro da Gente, com deficientes visuais (Rio), além do balé de Fernanda Bianchini, composto por bailarinas cegas e da bailarina especial Aline Thomaz.
De acordo com Carlos Henrique Bastos, um dos pontos altos do evento, pioneiro no interior do estado do Rio de Janeiro, será a grade de shows, com grupos musicais compostos por deficientes, culminando no sábado (8/3), às 21h, com a apresentação dos Paralamas do Sucesso (pop rock), cujo vocalista, Hebert Viana, é cadeirante.
A programação de shows começa na quarta-feira (5), com o grupo Forró no Escuro, com músicos cegos. Na quinta-feira (6) será a vez de Gabrielzinho do Irajá (samba), deficiente visual que participou da novela “O Clone”, e sexta-feira (7) o público irá curtir reggae e rock com os deficientes visuais que formam o grupo musical Tribo de Jah.
A Jornada da Solidariedade terá também eventos esportivos, como partida de basquete entre os cadeirantes de Macaé e da Andef (Niterói); danças e jogos de capoeira por deficientes sensoriais e visuais e futebol, e partida de Gol Bol, com deficientes visuais de Campos.
Evento de nível nacional, com participantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e cidades do interior do estado do Rio, a primeira Jornada apresentará para o público infantil personagens da Turma da Mônica, do Instituto Maurício de Souza. Além de Mônica e Cebolinha, também vêm da capital paulista Lukinha (cadeirante) e Dorinha (deficiente visual).
O nome da personagem Dorinha é uma homenagem à professora Dorina Nowil, presidente de honra da Fundação Dorina Nowil para os cegos da cidade de São Paulo. Esta instituição dissemina pelo Brasil livros em Braile, CDs, revistas e outros materiais de suporte, beneficiando diversas entidades que lutam pela inclusão de deficientes visuais. A própria Dorina, de 89 anos, ministrará palestra sobre seu testemunho de vida: ela é deficiente visual.