Se nos próximos meses você começar a esbarrar em bolas de basquete pela cidade, não se preocupe. Isso é fruto do projeto ambicioso que a prefeitura de Macaé vai implantar nos próximos meses que tem como meta o basquetebol. Não é um projeto, mas várias iniciativas que têm como espinha dorsal transformar o município num pólo desta modalidade esportiva com a implantação do projeto piloto, no Brasil, dos Centros de Basquetebol Integrado (os CBI’s, com apoio da Confederação Brasileira de Basquete), do Macaé Para Olímpico e do Centro de Excelência de Basquete.
Em março desse ano, o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, definiu que Macaé será um Centro de Excelência de Basquete do Brasil. Na ocasião, o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Grego Bozikis, se encontrou com o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, para discutir detalhes do projeto que torna o município o Centro de Excelência do Basquete Nacional, onde as seleções brasileiras da modalidade, da infantil à adulta, passarão a treinar. O Ginásio Municipal Engenheiro Maurício Soares Bittencourt abrigará jogos das seleções adultas de basquete, masculina e feminina. O projeto da Cidade do Basquete será elaborado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
A Cidade do Basquete terá ginásio coberto com capacidade para cinco mil pessoas e quatro quadras de basquete, pista de atletismo, pista de salto, quatro quadras de basquete externas, piscina, academia, sala de convenções, vestiários, capela ecumênica, hotel, estacionamento em uma área de dois mil metros quadrados, departamento médico, campo de futebol, lojas, lanchonete, entre outros espaços. A área total de construção será de 16.650 metros quadrados. Já a área de estacionamento, paisagismo e urbanismo, 21.595 metros quadrados. O projeto está em fase de licitação.
Centros de Basquetebol Integrado
Os Centros de Basquetebol Integrado (CBI) implantados pela prefeitura, através da Fundação de Esportes de Macaé e secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), têm apoio da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e vão funcionar primeiramente no Lar de Maria e na Praça da Associação de Moradores, no Aeroporto para jovens de 8 a 17 anos. De acordo com a demanda, o projeto vai ser ampliado para outros locais. O objetivo é que esses jovens possam ingressar nas equipes de base do Macaé Basquetebol e seguirem para outras categorias.
- A cidade vai respirar basquete daqui para frente. Nosso objetivo é massificar o basquete, não só dando a prática esportiva, mas também fazer a inclusão social de jovens que não têm acesso ao esporte descobrindo novos talentos que poderão ser atletas de ponta, que futuramente integrarão times de excelente qualidade. Estamos também buscando parcerias com empresas interessadas em participar dos programas esportivos da Fesporte para fomentar o esporte no município, comemora Alex de Moraes, presidente da Fundação de Esporte de Macaé.
As inscrições para os CBI’s estarão abertas a partir de agosto, quando o projeto será apresentado em toda a rede de ensino (pública e particular) do município para os estudantes. Professores de educação física da Semel vão ministrar as aulas, orientados por técnicos de basquete da Fundação de Esportes. Cada turma terá mais de um professor que estarão sendo capacitados para tornarem-se também novos técnicos.
- Isso é a espinha dorsal de um projeto estabelecido pela CBB, que tem apoio da Eletrobrás, junto com a filosofia de trabalho da prefeitura de Macaé. Os atletas que se destacarem nos CBI’s poderão ingressar nas categorias de base do Macaé Basquetebol. Este projeto inclui também a realização de cursos e palestras com ídolos do basquete, que são formadores de opinião junto aos jovens, para motivá-los ainda mais para essa prática esportiva, ressalta Leo Costa, responsável pela coordenação técnica dos CBI’s e técnico da equipe juvenil, do adulto e do sub-23 masculino do Macaé Basquetebol. A equipe juvenil e a sub-23 estão em segundo lugar (em primeiro está o Campos) no Campeonato Estadual de 2006, que está em andamento.
Um dos destaques do Campeonato desse ano, é o macaense Gabriel Passos, 16 anos, cestinha da competição. O talento esportivo do jovem Gabriel despontou quando ele iniciou no basquete através do programa da Fesporte, no bairro do Aeroporto, na Praça da Associação de Moradores. Hoje Gabriel está no Macaé Basquetebol, na categoria infanto-juvenil.
Macaé Paraolímpico
A Fesporte, secretaria Municipal de Educação (Semed), o Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência Física (CMPPDF) e a Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef) estão implantando o projeto Macaé Paraolímpico com a criação do time de basquete de cadeirante. Iniciativa também pioneira, o projeto visa promover a prática esportiva de várias modalidades, para portadores de necessidades especiais. O projeto começa pela formação do time de basquetebol, que será ampliado para outras modalidades esportivas, como tênis de mesa e de quadra, atletismo, etc. Além da prática esportiva, o Macaé Paraolímpico engloba transporte, alimentação, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais.
- Todos são iguais, os jogos é que são adaptados, não muda nada. As rodas substituem as pernas, não tem mistério nenhum. A intenção é formar um time da cidade, aproveitando ao máximo o potencial de atletas que Macaé já possui. Não é qualquer prefeitura que encara um trabalho como esse. Só quem está de coração aberto e quer promover a inclusão social mesmo, faz um trabalho assim voltado para os deficientes, explica Antônio Carlos Ferraz Magalhães (o Antônio Pulga) recém chegado do Rio de Janeiro para coordenar o projeto do Macaé Paraolímpico e dos CBI’s, este em conjunto com Leo Costa.
Com 41 anos, o carioca Antônio Carlos jogou basquete no Fluminense e em Julia Nova, na Itália, e recentemente estava no Vasco da Gama, onde treinava a equipe profissional masculina e feminina de basquete. Durante dois anos dirigiu a Seleção Brasileira de basquete de cadeirante de rodas e foi o técnico da Seleção Brasileira Paraolímpica em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996. Da mesma geração de Oscar, Antônio não parou de jogar basquete, e hoje é da categoria master, onde foi campeão em 2003, no World Maxi Basketball, no Complexo Disney, na Flórida (EUA). Em seu currículo, ainda consta as vitórias nos Campeonatos Brasileiros de 94 e 96, com a equipe de cadeirante de rodas de basquete. Antônio também participa no Rio de jogos beneficentes de basquete, ao lado de grupos como o Barão Vermelho e Cidade Negra, e do jornalista Pedro Bial, para angariar fundos para instituições de caridade.
- Com esse projeto da prefeitura voltado para o basquete, pensamos também em trazer eventos beneficentes como esse com artistas, para divulgar e incentivar cada vez mais essa prática esportiva no município, explicou Antônio.