Uma platéia formada por mais de 30 macaenses assistiu interessada a palestra sobre migração japonesa no município feita pela professora da UFRJ, Mariléia Franco Marinho Inoue, na tarde de quarta-feira (24), no Museu da Cidade de Macaé, antigo Solar dos Mellos. O tema “Os pioneiros japoneses em Macaé – No outro lado nasce o Sol”, fez com que muitos presentes recordassem as famílias japonesas que para aqui vieram no início do século passado, se estabelecendo na região serrana.
O tema da palestra faz parte da tese de doutorado da professora Mariléia, que nasceu em Glicério. A palestra aconteceu no Auditório Washington Luiz e a professora foi recepcionada pelo secretário de Acervo e Patrimônio Histórico, Ricardo Meirelles, acompanhado por sua esposa Priscila Vieira Meirelles, do subsecretário Geraldo Mussi e esposa, e por funcionários do Museu e do Centro de Memória Antônio Alvarez Parada.
A professora comprova, através de estudos e documentos, que os japoneses chegaram a Macaé em 1906, antes da considerada primeira migração japonesa para o Brasil, que aconteceu em 1908. A pesquisa indicou que Ryoichi Yasuda, acompanhado de Saburo Kumabe, com sua família e Umekichi Akho, chegou a Macaé em 1906. Sua tese modifica a história da migração japonesa para o Brasil, mostrando que os primeiros imigrantes japoneses não foram para São Paulo, mas sim para o Estado do Rio de Janeiro, para Macaé, se estabelecendo na região serrana para cuidar de afazeres agrícolas.
A professora apresentou aspectos da atividade japonesa no município, um pouco da história dos Kumabe, depois de Yamagata, a presença da mão-de-obra japonesa na construção da Usina de Macabu e o retorno dos japoneses ao distrito de Glicério. A professora Mariléia estava acompanhada de sete descendentes desses imigrantes, que vieram conhecer o município onde suas famílias se instalaram há quase cem anos