Mais de cinco mil votantes elegem novos conselheiros tutelares

27/09/2011 16:58:56 - Jornalista: Lourdes Acosta


A partir de terca-feira (1/11), 15 novos cidadãos irão compor o Conselho Tutelar, com mandato de três anos (2011-2014), em seus três polos em Macaé (1 e 2, no Distrito Central, e 3 na Região Serrana). O pleito, que transcorreu num clima da mais absoluta normalidade, aconteceu no domingo (25) de 9h às 17 horas, no Colégio Municipal Professora Maria Izabel Damasceno Simão, no Centro, Ciep da Barra de Macaé e Colégio Estadual Municipalizado Raul Veiga, em Glicério. Mais de cinco mil votantes compareceram aos colégios eleitorais.



Durante a eleição, cada pessoa pode votar em até cinco candidatos da sua região. No caso dos polos 1 e 2, as regiões foram divididas pela Ponte Ivan Mundim (do Lagomar à Barra de Macaé e do Centro a Imboassica). Já o terceiro polo contempla os moradores da Região Serrana. A apuração dos votos coletados na eleição do Conselho Tutelar, que também fluiu tranqüila, começou nesta segunda-feira (26), se estendendo por mais de 24 horas, na sede da 15ª Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Imbetiba, num clima de absoluta normalidade.


Foram eleitos para o Conselho Tutelar 1 (Distrito Central), onde concorreram 25 candidatos. Ivan Vieira de Lima, Jamile dos Santos Simões, Franciele Vale Aguiar, Stenio Cardim Barcelos, Renata Funk Leme. A contabilização dos votos para o Conselho Tutelar 2, em que 15 candidatos estavam no páreo, apontou Vivianni Patricia Coêlho Acosta, Viviane de Andrade Queiroz Alexandre, Taciana Pinheiro Lima, Roberta Filandro Barcelos e Tatiana de Souza. Os eleitos para a área rural de Macaé, compondo o Conselho Tutelar 3, foram os seguintes: Janice Paes Barreto, Josemir Valadão, Raquel dos Santos, Angélica da Costa e Vanderleia Faturini.



De acordo com o presidente do Conselho Municipal em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA/Macaé), Antonio Felipe Gonçalves, o trabalho de apuração foi feito de forma eficiente, sendo acompanhado por representantes da OAB, Ministério Público, Sociedade Civil e candidatos. “A alta participação da sociedade nos surpreendeu devido à eleição ter sido realizada em um domingo, quando ainda choveu. Isto mostra que a sociedade civil macaense participa e quer escolher os melhores nomes para cuidar das nossas crianças e adolescentes”, destacou. Ele explicou que a demora na conclusão dos trabalhos se deveu ao alto número de votos registrados nas três escolas.


- No Colégio Maria Isabel, no Centro, cerca de três mil eleitores participaram do maior polo de votações. Na Barra de Macaé, cerca de dois mil votos foram contabilizados, enquanto na Serra, o número se aproximou de um mil. Se considerarmos que foram cerca de seis mil votos, com cada pessoa podendo votar em cinco candidatos, tivemos em torno de trinta mil votos contabilizados. É um motivo de orgulho para nós, do Conselho da Criança e do Adolescente e da Comissão Organizadora desta eleição, em ver que a população macaense confiou e participou do processo – observou.




Durante o trabalho de apuração, o presidente agradeceu o apoio oferecido por cada uma das instituições, dentre elas a Polícia Militar, GAP do Ministério Público, Mactran e OAB, que cedeu o espaço para apuração dos votos e enviou voluntários que deram suporte à fiscalização.



Conquista democrática – No entender da secretária de Desenvolvimento Social, Nilmara Valadares, o município vem cumprindo seu papel de responsável pela Política Municipal de Assistência Social e ganha força em processos de soberania popular como esse, em que a sociedade escolhe pessoas idôneas para buscar os direitos das crianças e adolescentes de Macaé. Ela parabenizou os eleitos pela conquista democrática.




- Sabedores de que o Conselho Tutelar é encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos na lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, reforçamos a nossa parceria com os novos conselheiros no exercício efetivo das suas funções, para que sejam comprometidos com o serviço público relevante para nossa sociedade, e parabenizá-los pela conquista democrática deste cargo – assegurou Valadares.





Função do eleito - O conselheiro tutelar exerce papel fundamental na sociedade para cuidar dos direitos da criança e do adolescente, e estar presente onde haja violação de direitos ou indícios de infração para agir e cessar qualquer risco. Para chegar a este pleito, os candidatos passaram por uma fase preliminar de seleção, onde foi exigida a residência em Macaé por pelo menos três anos, sanidade mental e psicossocial e experiência de, no mínimo, dois anos, no trato com a criança e o adolescente. Houve também um exame, onde os candidatos foram avaliados pelos conhecimentos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e outros conhecimentos pertinentes ao cargo.




Eleitos pelo voto direto, os conselheiros tutelares de Macaé contarão com mais garantias pessoais para atuar no órgão. Os 15 eleitos, sendo cinco para cada polo, cumprirão um mandato de três anos, tendo a carga horária semanal de 30 horas, com um plantão noturno por semana e de finais de semana e feriados. Os conselheiros passarão a ter o seu direito assegurado a partir do reconhecimento da função de Conselheiro Tutelar. Isto proporcionará, a cada um deles, a remuneração mensal de R$ 3,6 mil, uma das melhores do país.

Apuração de denúncias – O presidente do Conselho de Direitos informou que mesmo com a determinação do Ministério Público (MP), foram recebidas algumas denúncias de crimes eleitorais. Desta forma, o MP ainda irá apurar irregularidades. “Recebemos denúncias de boca de urna, santinhos, transporte de eleitores. Tudo o que é proibido em uma eleição normal, foi proibido para essa eleição também, sendo que o Ministério Público tem um prazo para impugnar os eleitos, caso seja constatada alguma irregularidade”, disse.