O mar continua a bater na Fronteira, por causa da ressaca que atingiu o litoral macaense, desde a madrugada de sábado (28). Como o avanço do mar colocava em risco algumas residências, situadas na orla, o prefeito Riverton Mussi, que esteve na noite de segunda-feira (30) reunido com os moradores, determinou a retirada de algumas famílias de suas casas, transferindo-as para a Pousada Brisa da Costa, no Barreto, usando na transferência ônibus e kombis. Preocupado com a situação da Fronteira e de outras áreas da orla macaense, o prefeito solicitou estado de emergência à Defesa Civil do Estado.
Segundo informações do secretário Executivo de Defesa Civil, Eric Shueller, doze famílias foram retiradas de suas casas na Fronteira. Oito famílias foram alojadas em casas de familiares e amigos e quatro foram abrigadas na Pousada Brisa da Costa, no Barreto. Eric informa que quando o mar voltar à normalidade, a Defesa Civil e a secretaria Executiva de Obras (Semob) farão uma inspeção casa a casa para verificar as condições das mesmas.
- Hoje, duas casas danificadas estruturalmente estão interditadas. Após a inspeção, se as outras casas não apresentarem risco aos moradores, vamos autorizá-los a voltar para lá – disse Eric.
Enquanto continuar a ressaca, a Defesa Civil estará alerta em toda a orla macaense, desde a Praia do Pecado ao Lagomar, para socorrer os moradores em caso de necessidade. A Defesa Civil do município pode ser acessada através do telefone 199. Com os moradores da área de maior risco protegidos, a prefeitura e a Semob continuam a construção do muro de contenção que, hoje, tem quase 1000 metros de extensão.
Segundo o secretário Executivo de Obras, Tadeu Campos, a primeira medida tomada foi a retiradas das pessoas das áreas de vulnerabilidade do bairro, levando-as para um local seguro e depois, continuar o trabalho que vem sendo feito desde 2006, quando as ressacas mais fortes começaram, ameaçando a orla da Fronteira.
O servidor municipal Darcílio Alves, residente na Fronteira há 13 anos, disse que está impressionado com a rapidez, a durabilidade e a força das últimas ressacas. “Sempre tivemos ressaca aqui, mas elas duravam um dia, no máximo dois. Agora, há mais de uma semana o mar está batendo forte assim. Toda vida o mar jogou água aqui em cima, mas fazer o que está fazendo agora, nunca vi antes”, disse.
Os moradores, alertas ao avanço do mar, estão em vigia, durante o dia e à noite. Muitos mostraram satisfação pela presença da prefeitura na área e também por ter ouvido do prefeito Riverton Mussi de que vai buscar solução para retirar as pessoas que moram na faixa beirando a praia.
Para Antônio Gomes será triste perder a casa que construiu com carinho, empregando tudo o que tinha, mas que se a prefeitura decidir por desapropriar a área e retirá-lo com sua família da área de risco, ele aceita. “É melhor perder o pouco que tenho, do que arriscar a vida de minha família e continuar aqui”, disse o morador, elogiando o trabalho da construção do muro de contenção em toda orla da Barra e Fronteira.
- Desde o ano passado, as obras estão sendo feitas. Caminhões trazem grandes pedras o dia todo. A obra não pára e o muro já evitou o tombamento de muitas casas. Espero que isso continue acontecendo – ressaltou Antônio.
Na manhã desta terça-feira (31), Tadeu Campos voltou à Fronteira, verificando o estado da orla e acompanhando a construção da extensão do muro de contenção em área de 300 metros. “Desde o ano passado, quando as ressacas ficaram mais freqüentes e fortes, estamos construindo o muro de contenção. É um trabalho emergencial e paliativo, para proteger os moradores e as casas, já que a faixa de areia está diminuindo com rapidez e as ressacas aumentando. Vamos agilizar a extensão do muro, para garantir maior proteção, já que as ressacas são mais fortes no final de julho e no mês de agosto.