Muita gente se pergunta quem foi Maria José Guedes, cujo nome batiza a Escola de Municipal de Artes. Pioneira das aulas artístico-musicais em Macaé, ela, em 1959, começou a dar aulas de piano, uma vez que era formada em música pelo Conservatório de São Lourenço (MG). Além disso, deixou cerca de 100 frutos das artes plásticas: pintura à óleo, colagem, bico de pena, aquarela. Tudo principalmente com o tema casarios, pois a autora ia com freqüência a Ouro Preto, Paraty, Tiradentes e São João Del Rey, para buscar inspiração.
Atualmente a Escola Municipal de Artes Maria José Guedes tem cerca de 400 alunos, distribuídos no Conservatório Macaé de Música, nas aulas de desenho, nos cursos de artes cênicas (adultos, adolescentes e crianças) e no coral da cidade de Macaé. Todas as aulas acontecem nos terceiro e quarto andares do prédio do Centro Macaé de Cultura, na Avenida Rui Barbosa, 780.
Foi com 42 anos de idade que Maria José Guedes fundou a Escolinha de Arte de Macaé, filiada à Escolinha de Arte do Brasil, concebida pelo professor Augusto Rodrigues, quando ensinava técnicas de desenho e expressões artísticas a dezenas de crianças macaenses. Um de seus alunos foi Manoel Reis, que nas décadas de 80 e 90 comandou a Art & Manha, na cidade, com camisas muito requisitadas pela juventude, devido a seus desenhos modernos e repletos de criatividade.
- Aos nove anos de idade, aprendi a criar com liberdade, a gostar de fazer arte, lembra Manoel, acrescentando que utilizava guache, massa de barro, nanquim e aquarela. Segundo a assessora da Fundação Macaé de Cultura, filha de Maria José, Catarina de Siena Borges Guedes, os pais e os cinco filhos vieram de Passa Quatro (MG), sul daquele Estado, em 1957, para se estabelecer em Macaé. Inicialmente a escolinha funcionava em vários endereços.
- Mamãe mantinha contato com alguns políticos (deputados e governadores), com o objetivo de conseguir subsídios para a escolinha, onde também havia iniciação poética, além da iniciação à arte, frisa Catarina. Maria José Guedes também escrevia poemas, sendo professora de música, desenho, pintura e também de poesia em Macaé.
Quando Macaé completou 150 anos de emancipação político-administrativa em 1961, ela fez uma retrospectiva da obra de Hindemburgo Olive, além de ter trazido à cidade pintores paulistas e cariocas, enaltecendo os macaenses. “A crítica especializada da época elogiou muito o evento”, conclui Catarina