Em Macaé participando do projeto TIM Grandes Escritores, a escritora Marina Colasanti esteve presente no Café Literário, na Bienal do Livro, na tarde desta quarta-feira (04). Com entrada franca, a Bienal do Livro está sendo realizada no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho (Macaé Centro) até o próximo domingo, dia oito, com atividades para todas as idades. A feira funciona das 9h às 22h e tem o patrocínio da prefeitura e da Petrobras.
Em conversa descontraída, com o público e a imprensa, Marina contou que começou a escrever profissionalmente aos 20 anos, no Jornal do Brasil. “A boa escrita, trago da infância. Escrever é meu trabalho”, explica, acrescentando que escritores e jornalistas devem escrever diariamente. “Todos os dias me sento diante do computador ou escrevo em caderninhos”, diz a escritora.
Questionada sobre como ajudar as crianças a adquirirem hábito pela leitura, ela disse que não se pode esperar a fase da alfabetização para disseminar o contato com o livro. “Quanto antes familiarizá-las a ter prazer pela leitura melhor serão os resultados”, comenta. Marina lembrou que a leitura tem início através da voz do adulto ao contar histórias e foi enfática: “O professor que não é leitor apaixonado não tem sucesso nessa mediação”.
Outra questão levantada durante o Café Literário foi sobre o que fazer a respeito dos adolescentes que não sabem escrever ao menos um bilhete. A escritora explicou que os brasileiros não escrevem bem porque não são bons leitores. “Até na organização mental, a leitura ajuda, uma vez que exercita o pensamento lógico. E tudo que se treina se desenvolve”, lembrou.
Ela disse que é necessário que se encontrem professores entusiasmados, iluminados, apaixonados por livros. “Assim, haverá um clima contagiante que levará o jovem a sentir-se atraído pela leitura. O importante é conduzi-lo a escolher livros (temas e assuntos) que lhe sejam necessários para a sua vida”, conta. Para isso, até o bibliotecário deve colaborar, estimulando e orientando os jovens leitores.
Respondendo à pergunta do vereador Luiz Fernando sobre o fato de os adolescentes utilizarem a Internet, sem preocupação com a gramática, Marina Colasanti pontuou que a Internet é necessária para os mais jovens, porém com acompanhamento. Para ela, o perigo está nos trabalhos universitários oferecidos pela rede mundial de computadores. “A linguagem dos mais jovens no computador é estudada por lingüistas, o pior é ver jornais com erros gramaticais, sem criatividade, ou ainda políticos falando errado a língua portuguesa”, comparou.
A escritora Marina Colassanti não acredita na pesquisa feita pelo Hospital Francês de Buenos Aires, segundo a qual pessoas que tiveram maior atividade intelectual durante a vida, através da leitura, seriam mais saudáveis que as que não tiveram o hábito de ler. “Entretanto, os grandes psicanalistas Freud e Jung trabalharam com a literatura, os mitos e a poesia na concepção de suas teorias”, finaliza.
A programação do Café Literário continua nesta quinta-feira, com a escritora infantil Bia Bedran, às 11h30m. Ás 15h, a escritora Luciana Sandroni fala “Os universos de Monteiro Lobato”. Às 19h30, o escritor Waldemar Falcão fala sobre “Escrito nas estrelas – astrologia, mediunidade e espiritualidade”.
Confira a programação completa do Café Literário:
Dia 06/10 (sexta-feira)
11h - “Os desertos de Roseana Murray e Roger Mello” – Roseana Murray e Roger Mello
15h – “Macaé Literária: prosa e memória de Macaé” – Conceição Franco, Ricardo Meireles e Adriana Bacellar
19h30 – Literatura que dá samba” – André Diniz e Ricardo Cravo Albin
Dia 07/10 (sábado)
11h –“Macaé Literária: poesia de Macaé” – Bernadete Braga, Sandra Wyatt e Raquel Naveira
15h – “Vivendo a escola com alegria: fala sério professor!” – Thalita
Rebouças
19h30 – “A pedagogia do olhar” – Joel Ruffino dos Santos
Dia 08/10 (domingo)
11h – “Meditação: a arma do século XXI” – Pedro Tornaghi
15h – “Vidas no divã: literatura e psicanálise” – Alberto Goldin
19h30 – “Rir é melhor que remédio: a arte do humor” – Nani e Luis Pimentel