Depois do petróleo, Macaé exporta agora conhecimento. Após ter sua monografia sobre “O Sono e o Trabalho Offhsore”, do curso de pós-graduação em Medicina do Trabalho transformada em livro, a médica Maria Christina Menezes conquistou mais um feito. Acaba de ter seu trabalho publicado na revista Chronobiology International. No mundo só existem dez revistas que abordam temas científicos.
Além da publicação, a obra da médica, feito com 179 trabalhadores offshore, foi validada como contribuição para a ciência cronobiológica, pelo Comitê Científico Internacional. “Só de imaginar, que alguém neste momento, no Mar do Norte pode estar lendo o meu trabalho é muito gratificante”, observa a médica. Diariamente, ela recebe e-mails de várias partes do mundo em busca de mais informações sobre seu trabalho.
Christina Menezes lembra que Macaé é uma cidade que vive do petróleo e produz ciência que está sendo reproduzida no mundo inteiro. Ela busca, agora, parceria com o governo municipal para a viabilização de pesquisas para instrumentalizar as políticas públicas. “A própria comunidade médica local deveria ser estimulada a produzir trabalhos em sua área de atuação”, frisa.
Em sua publicação, Christina constatou que 15% dos trabalhadores offshore atuam em turno noturno/alternante e têm dificuldade para iniciar o sono. Já os que trabalham em turno fixo diurno representam um universo de 4,7%.
Segundo a médica, cerca de 10,8% que atuam em turno alternante/noturno ao se deitar têm medo de não conseguir dormir. Esse percentual diminui entre os trabalhadores com turno fixo diurno, chegando a 5,8%. A duração do sono é outro ponto focado na pesquisa. Os que responderam o questionário emitido por Christina, 44,1% dos que trabalham em turno alternante/noturno têm sono que dura menos de seis horas.
A pesquisa revela que apenas 3,2% que trabalham neste turno procuraram um especialista por causa de problemas com o sono contra 1,2% dos trabalhadores de turno fixo diurno.