Meio Ambiente continua monitorando Lagoa de Imboassica

24/10/2006 17:40:19 - Jornalista: Simone Noronha

A Secretaria de Meio Ambiente de Macaé vem monitorando o nível de água da Lagoa de Imboassica para prevenir possíveis cheias e o agravamento do processo erosivo junto à Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106). Em parceria com a Secretaria de Obras, o canal extravasor foi vistoriado na sexta (20) e segunda (23) e apresentou aumento do nível da água de nove centímetros, devido às chuvas que caíram na região, mais especificamente na bacia hidrográfica do Rio Imboassica.

“Mas o nível ainda está 27 centímetros acima do marco zero, definido pela Câmara Técnica do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Macaé, que tem participação ativa das prefeituras de Macaé e Rio das Ostras, Superintendência Estadual de Rios e Lagoas e outros órgãos”, disse o secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo Tavares.

De acordo com ele, o marco zero foi estabelecido através de parâmetros observados em cheias anteriores, funcionando como um sinal de alerta para a abertura do canal extravasor, que tem a função de aliviar o nível da Lagoa. Fernando explica que existe muita confusão entre a Barra da Lagoa e o canal extravasor.

- Volta e meia ouvimos falar de abertura de barra, quando se quer dizer abertura do canal extravasor. A abertura de barra depende de uma série de fatores, não só as cheias em bairros vizinhos. Este tipo de problema é controlado com o canal extravasor. A abertura da barra envolve toda a vida da Lagoa e deve ser decidida tecnicamente, considerando aspectos biológicos e físico-químicos. Nesta ação, participam instituições científicas como o Nupem que há anos estuda as lagoas de Macaé, e os pescadores que conhecem bem os ciclos de vida da Lagoa, explica o secretário.

Erosão na rodovia

O Secretário informa também que está reunindo informações para respaldar uma autorização de âmbito municipal para as obras de contenção no trecho da Rodovia Amaral Peixoto junto às margens da Lagoa de Imboassica, se houver risco de rompimento da estrada. Fernando defende a intervenção assim que ela for necessária.

- Uma possível erosão naquele trecho também prejudicaria a Lagoa. Estamos monitorando enquanto aguardamos uma posição mais técnica da Serla, que é nossa parceira e está a par da gravidade dos problemas que envolvem a Lagoa de Imboassica. Mas, se ficar perigoso, vamos emitir uma autorização municipal para as obras necessárias. O que não pode é ficarmos olhando o problema acontecer, afirma o secretário

De acordo com ele, não há risco eminente de rompimento da estrada. “Antes disso acontecer a prefeitura vai agir”, garante o secretário. Ele garante que a abertura de Barra neste momento está totalmente descartada. “Além de interromper o ciclo da Lagoa, agravaria o processo erosivo junto à rodovia com as fortes correntezas que se deslocariam com a abertura, arrastando material junto ao asfalto”, afirmou.

Saneamento

Fernando lembra que no ano passado, após vários anos sem abrir a Barra, a prefeitura capitaneou o processo através da Semma, envolvendo pescadores, associações, Serla, prefeitura de Rio das Ostras, Comitê de Bacias do rio Macaé e o Nupem. E para espanto de muitos que anunciavam a morte da Lagoa, ela se revigorou, estando repleta de peixes, siris e camarões, apesar de ainda receber esgoto in natura.

- O grande desafio que temos agora é iniciar o saneamento da Lagoa. Por isso temos sido incansáveis em perseguir uma fórmula que contemple imediatamente a Lagoa de Imboassica com uma ETE que trate dos resíduos do Mirante da Lagoa, Vivendas, Morada das Garças e alguns condomínios adjacentes, de forma planejada para futuro aproveitamento da rede para conexão com a Estação de Tratamento da Linha Verde, disse o secretário.

Segundo ele, o prefeito Riverton Mussi autorizou a realização de um estudo a respeito do assunto, que se encontra em fase de finalização, envolvendo técnicos da Secretaria de Obras e Meio Ambiente. O saneamento da Lagoa permitirá diversas outras ações como o seu desassoreamento, dragando o excesso de material depositado no fundo da Lagoa, restituindo sua profundidade original, e com isso impactando menos os bairros do entorno com possíveis cheias, possibilitando também todo um cronograma de trabalho de recuperação da Lagoa, com repovoamento de espécies nativas, controle de exóticas, além do uso turístico e de lazer por parte da população.