Macaé pode ter menos verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), caso o número populacional não seja devidamente registrado pelo censo que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está executando. É que muitos moradores não estão atendendo a equipe do instituto, que percorre desde o dia 16 de abril cada casa de todos os recantos do município.
- A comunidade deve valorizar mais o trabalho dos recenseadores – afirma o coordenador das comissões censitárias do Estado do Rio de Janeiro, Celso Mendes. Na manhã desta quinta-feira (09), ele coordenou a comissão censitária macaense, no Colégio Municipal Maria Izabel Damasceno. Estiveram presentes representantes da secretaria municipal de Planejamento, da Fundação Agropecuária de Abastecimento e Pesca, do Programa Macaé Cidadão e da Câmara Municipal.
Na ocasião, Celso Mendes disse que até agora foram registradas 144.235 pessoas, em censo realizado por 70 recenseadores. “Mas ainda falta visitar vários setores (distritos, subdistritos e bairros)”, explica o coordenador, comentando que a projeção feita no último censo, em 2000, mostrou que o município teria 160.725 habitantes em 2006. “Devemos concluir os trabalhos com números próximos a essa projeção”, avalia.
Além de residências, são contados pelo serviço do IBGE indústrias, comércios e serviços na cidade. Ele pontua ainda que não é possível apresentar números irreais. A cidade de Porciúncula (Norte do Estado do Rio de Janeiro), pela falta de apenas um morador, perdeu a chance de mudar de faixa, no FPM. “Uma contagem bem definida evita prejuízos ao município”, ressalta o coordenador do IBGE, lembrando que em muitas cidades a maior fonte de renda é proveniente do Fundo.
Nesse censo – iniciado no dia 16 de abril, mas com o término prorrogado em todo o país, incluindo Macaé, devido às dificuldades encontradas pelos recenseadores – é utilizado computador de mão. Substitui o questionário, mecanismo mais usual até então. Censo demográfico mais detalhado que esse é feito de dez em dez anos. No atual, há menos perguntas. Chama-se contagem da população e é realizado de cinco em cinco anos.
Uma questão tratada pela comissão censitária macaense foi se o número populacional registrado corresponde à realidade. Houve sugestão para alargar o tempo para conclusão dos trabalhos, previstos inicialmente para o fim de julho. Além disso, observou-se que muitos trabalhadores, usuários dos serviços públicos de Macaé, como os de Saúde, não são contabilizados no censo como moradores da cidade. Isso acontece pelo fato de eles só ficarem aqui de segunda-feira a sexta-feira, voltando a suas residências fixas nos finais de semana.
Nesse caso, são considerados habitantes daquelas cidades. Com isso, Macaé que tem grande população flutuante (trabalhadores) sai perdendo. Isso acontece devido a padrão internacional, obedecido pelo IBGE.