Foto: Ana Chaffin
Macaé atua em prol do morador em situação de rua
O que prende uma pessoa a morar na rua? Viver em praças e dormir ao relento é uma prisão ou uma solução? Estas e outras questões foram debatidas e analisadas por profissionais vinculados à administração municipal, durante a manhã desta terça-feira (12), no Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e Drogas (Caps ad), na Rua Tiradentes, 240, Centro. Foi a reunião da Rede Rua, realizada mensalmente por órgãos públicos.
No fórum, assistentes sociais do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), órgão que oferece os primeiros cuidados aos moradores em situação de rua em Macaé, apresentaram resultado de abordagem feita entre os meses de agosto de 2014 e agosto de 2015. Entre os moradores em situação de rua que responderam o questionário nas dependências do Centro Pop, 88% são homens e 55% têm idade entre 18 e 39 anos.
Foi verificado que 51% dessas pessoas são procedentes da Região Sudeste, 47% possuem o Ensino Fundamental incompleto, 29% estão morando nas ruas há três meses e que o principal motivo para isso foram os problemas familiares que enfrentavam em suas casas. A maioria já trabalhou na construção civil.
O evento serviu para que houvesse apresentação do mapeamento das secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social. A assistente social Maria Luíza Quaresma, profissional vinculada ao Consultório na Rua, da Secretaria de Saúde, mostrou os dados colhidos também entre agosto de 2014 e agosto de 2015.
A equipe do Consultório na Rua é composta por assistentes sociais (2), médico (1), cuidador (3), técnico em enfermagem (1), fisioterapeuta (1) e auxiliar administrativo (1). Pessoas com doenças e feridas são apoiadas.
Segundo a coordenadora de políticas sobre drogas, Cláudia Magaldi, a meta desse encontro também foi discutir possíveis estratégias para a construção de políticas municipais de proteção, cuidado e atenção às pessoas em situação de rua, por meio do fomento destes fóruns de discussão com participação coletiva.
A reunião da Rede Rua é realizada mensalmente de forma itinerante. Fazem parte representantes de diversos segmentos governamentais: Secretarias de Saúde; Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; Ordem Pública; Comunicação; Nacional de Políticas Sobre Drogas; Fundação Hospitalar Municipal de Macaé; Procuradoria Geral do Município; Conselho Tutelar; ETIC Macaé; Núcleo de Micropolítica na Construção do Trabalho em Saúde/Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outros. Atualmente, a Rede Rua é considerada um Fórum legitimado pela rede governamental instituída de atenção, cuidado e proteção do município como um espaço potente para favorecer a organização, a integração das relações e ações entre os pontos de atenção de cada serviço, além de ser um espaço legítimo de elaboração de propostas que viabilizem a execução dessas ações.
Serviços - A prefeitura conta com o serviço de abordagem social, vinculado ao Centro Pop. A equipe de abordagem é composta por assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais que realizam a busca ativa das pessoas em situação de rua.
A proposta do trabalho é contribuir na reconstrução do projeto de vida do cidadão em situação de rua. O local, que funciona na Rua José Bruno de Azevedo, 99, ao lado do Terminal Central, é um espaço para que essa população possa fazer suas refeições, higiene pessoal e guardar seus pertences.
O Centro Pop oferece ainda assistência necessária para o encaminhamento para o mercado de trabalho, profissionalização, oficinas, rodas de conversas e atendimento psicossocial.
Outro serviço é a Pousada da Cidadania, um abrigo institucional de acolhimento quando a pessoa em situação de rua deseja sair desta condição, oferecendo moradia provisória. A Pousada de Cidadania tem capacidade para 50 pessoas e está localizada na Rua Orlando Tardele, 206, no bairro Bela Vista.
Uma atividade importante é o Consultório da Rua. Trata-se de Serviço de Saúde integrante da atenção básica que presta atendimento à população em situação de rua.