Moradores da Aroeira participaram nesta quarta-feira (22) do Encontro de Cidadania, promovido pelo Programa Macaé Cidadão e pela Coordenadoria Geral do Plano Diretor (Cogeplad), no Ciep 393. O evento teve como finalidade explicar o que é o Plano Diretor e ouvir a reivindicação dos moradores para o bairro.
Esse foi o quarto trabalho promovido pela Cogeplad para a população do município. Já foram realizadas duas oficinas para discutir os problemas dos bairros da Virgem Santa e do Morro de Sant’Ana, e um curso de capacitação para a elaboração do Plano Diretor. Na Aroeira, o Programa Macaé Cidadão promoveu o Encontro de Cidadania, que teve como tema o Plano Diretor.
-O Macaé Cidadão tem vários projetos, entre eles, o Encontro de Cidadania que tenta despertar o sentido mais amplo da palavra cidadania, levando palestras solicitadas pela comunidade ou pelas secretarias municipais. Queremos despertar a conscientização, estimulando a participação ativa dos cidadãos – explicou Amélia Guedes, coordenadora do Programa Macaé Cidadão, aos moradores da Aroeira.
Antes da realização do evento, Hermeto Didonet, coordenador do Plano Diretor, visitou o colégio e esteve reunido com o corpo pedagógico do Ciep da Aroeira para explicar a importância do Plano Diretor e pedindo aos professores que trabalhassem o assunto com os alunos.
-Eles já foram amadurecendo a idéia do Plano Diretor com os estudantes do ensino médio, para que hoje eles pudessem participar do encontro contribuindo da melhor forma, com sugestões sobre o bairro, ressaltou Didonet.
Os alunos do Ciep prepararam um painel com fotos e textos mostrando os principais problemas da Aroeira, entre eles, o tráfego intenso e perigoso, linha do trem cortando o bairro, terreno baldio com lixo na entrada da Nova Macaé, poluição do valão na Nova Aroeira, entre outros.
Hermeto ressaltou que Macaé é o único município do Estado do Rio de Janeiro que criou uma Coordenadoria especialmente para implementar e acompanhar a elaboração e construção do Plano Diretor.
- O prefeito de Macaé, Riverton Mussi, criou a Cogeplad para estarmos acompanhando não só a elaboração, mas também fiscalizando a implantação das ações que serão direcionadas no Plano Diretor – disse.
As características típicas e únicas do município de Macaé, responsável por 83% da exploração e produção de petróleo do país, e do bairro da Aroeira, na entrada da cidade, foram enfatizadas por Didonet durante sua palestra para uma platéia de cerca de 100 pessoas. No panorama que fez do município, o coordenador, falou ainda sobre a lei municipal de 2004 que definiu o novo perímetro urbano de Macaé, até onde a cidade poderá crescer.
- A posição geográfica da Aroeira é típica: na entrada da cidade, o bairro sofre as conseqüências do crescimento desordenado da cidade, com trânsito pesado e intenso. Também faltam moradias. Temos que aproveitar esse momento em que estamos discutindo um novo planejamento para o município, para transformar o futuro dessa cidade – continuou.
Segundo o levantamento feito pelo Programa Macaé Cidadão, em 2001,o bairro da Aroeira tinha uma população de quase 13 mil pessoas. Hermeto estima que hoje esse número esteja em torno de 18 mil. “Essa população precisa de melhores serviços, mais segurança e saneamento. O governo municipal já formou uma comissão que está estudando uma forma de implementar melhorias no saneamento da cidade. Esse é um momento único, histórico, em que estamos discutindo democraticamente o que queremos para nossa cidade”, ressaltou.
Jacira Oliveira dos Santos, representando o presidente da Associação de Moradores da Aroeira, Celso Henrique, participa ativamente das etapas de elaboração do Plano Diretor.
-Participo desde o primeiro encontro, e do curso de capacitação que foi muito proveitoso. A cidade de Macaé está mesmo precisando de um Plano Diretor. Temos muitas questões a resolver, e o que mais me preocupa no momento é a população que vem de outros estados e acaba ficando agrupada em lugares como a rodoviária. O abastecimento de água deficiente e o movimento intenso de veículos na Aroeira preocupa muito os moradores do bairro – disse Jacira.
O engenheiro Jesus Tovar, morador da Nova Macaé, reclamou de um campo de futebol abandonado na divisa do bairro com o Jardim Santo Antônio. Segundo ele, o local virou lixeira de entulho de obras.
-A prefeitura limpa, o lixo volta. É assim sempre. No local poderia ser construída uma praça pública ou uma creche. As torres de alta tensão de Furnas também passam numa altura muito baixa – informou Jesus.
Ao final do Encontro de Cidadania foram escolhidos 12 delegados representando o bairro e adjacências que vão participar de novas oficinas. Os presidentes das Associações de Moradores do Novo Botafogo, Jorge da Sinuca; do Botafogo, Jorge Luiz Espanhol e do Novo Paraíso, Ataídeo Brás da Vitória, participaram do evento.