Os moradores do bairro São José do Barreto participaram nesta terça-feira (2) da Oficina de Mobilização promovida pela Coordenadoria Geral do Plano Diretor (Cogeplad) no Colégio Municipal José Calil Filho. As oficinas são realizadas pela equipe técnica da Cogeplad para buscar junto às comunidades demandas que servirão para a elaboração do Plano Diretor.
O Plano Diretor é uma Lei que vai direcionar o crescimento do município para os próximos anos.
- O processo de elaboração do Plano Diretor é conduzido pelo Poder Executivo, mas é o povo que participa da construção da Lei com suas opiniões. Esse é o momento para encararmos a realidade que está diante dos nossos olhos e buscarmos junto com a comunidade formas de melhorar a qualidade de vida do nosso município – explicou o coordenador do Plano Diretor, Hermeto Didonet.
O presidente da Associação de Moradores do Barreto, Hélio Pinheiro Filho, apontou algumas necessidades que considera mais importantes para o bairro.
- Os ônibus demoram e quando passam já vem cheio. Não temos uma praça, nem creche e nem posto de saúde. A maioria dos moradores não possui escritura dos terrenos. Não temos saneamento básico e a água que usamos é de poço artesiano. Apesar de termos a rede de água instalada, não temos abastecimento há uns cinco anos – disse Hélio.
A secretaria municipal de Saúde informou que dentro do Parque de Exposição Latiff Mussi Rocha, no São José do Barreto, funciona uma Unidade Básica de Saúde com clínico geral e pediatra de segunda à sexta-feira. A Unidade realiza cerca de 300 atendimentos mensais.
Hermeto Didonet lembrou que saneamento, transporte e a legalização de áreas invadidas são típicas para serem resolvidas através da nova legislação do Plano Diretor. “A Lei do plano deverá conter instrumentos de forma a solucionar os problemas apontados pelos moradores”, disse Didonet, acrescentando que por isso é tão importante a participação popular no processo de construção do Plano Diretor.
A secretaria municipal de Obras (Semob), já tem um projeto de saneamento para o bairro do Barreto ligando a rede de esgoto a uma mini-estação de tratamento atrás do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem).
Os moradores também pediram a ampliação do Colégio Municipal José Calil Filho que atende apenas os alunos do bairro até a 4ª série. “A escola não tem uma quadra e os estudantes da 5ª série em diante tem de estudar fora daqui. Tenho três filhos, um de quatro, outro de nove e um de 10 anos. Não vou deixar eles estudarem no Aeroporto, porque acho perigoso”, informou Lucimere de Assis Peçanha, dona de casa.
O militar Marcos Liprince sugeriu a construção de um Complexo de Esporte e Lazer no bairro do Barreto. “A creche que temos é do lado da praia do Barreto, mas a maior demanda por vagas é do lado de cá da RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto). Por isso, precisamos de mais uma creche, porque é perigoso para os moradores atravessarem a pista”, disse. Nilda Ribeiro Silva, dona de casa, ressaltou que as linhas de ônibus não são suficientes para atender os moradores. “As crianças que estudam à tarde tem de ir às 11h30 para o ponto para poder chegar na escola às 13h. Tem uma estudante que sai de casa às 5h30 para poder chegar na Imbetiba às 7h30”, disse.
A prefeitura de Macaé construiu seis terminais rodoviários para implantar o novo sistema de transporte no município visando melhorar a qualidade da mobilidade urbana. Vans gratuitas transportarão os passageiros até os terminais dos bairros de onde sairão os ônibus. Está marcada para o dia 22 de agosto a licitação para as empresas candidatas à exploração das 49 linhas do município.