Foto: Regina Lyrio
A vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, Gisele Muniz, destacou a importância da visitação aos espaços públicos
Muitas histórias para conhecer e uma oportunidade de reviver o passado de Macaé. Moradores e turistas visitantes participaram, na manhã deste domingo (23), da primeira caminhada histórico-cultural, que faz parte do projeto “Lugares de Memória”. A iniciativa é promovida pela Vice-Presidência de Acervo e Patrimônio Histórico e a Fundação Macaé de Cultura (FMC), em parceria com Fundação de Esporte e Turismo (Fesportur).
O roteiro aos principais pontos turísticos e históricos do município, com três horas de duração, começou na Praça Washington Luiz e visitou espaços como a Câmara Municipal, Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé, Igreja de Sant´Anna, Nova Aurora, Lyra dos Conspiradores e Forte Marechal Hermes.
A vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, Gisele Muniz, destacou a importância da visitação aos espaços públicos e detalhou desde a memória histórica do Solar dos Mellos até a arquitetura e o funcionamento da casa como bem público.
- Os espaços públicos estão aptos para fornecer histórias e exercermos a educação patrimonial. Todo último domingo do mês, iremos repetir esse projeto, uma ação fundamental para moradores e visitantes. Estamos reconstruindo a memória, o acervo social e a cidadania. Desta forma, o cidadão passa a reconhecer suas origens. Também estamos comemorando os 10 anos de criação do Solar dos Mellos – disse Gisele.
O grupo foi acompanhado do guia turístico Júlio César Borges, que durante conversas informais revelou as riquezas da cidade. “A ideia é mostrar uma Macaé além do petróleo. Uma opção de lazer que irá informar, a todos os interessados, a história do município”, frisou.
O projeto referencia os espaços de identificação da memória coletiva da sociedade macaense por suas características arquitetônicas, volumes significativos de documentos e objetos que integram o patrimônio cultural do município, e são passíveis de preservação. Nos espaços de memória são realizados os trabalhos de identificação, inventário, higienização, organização, acondicionamento do acervo, criação de guia para pesquisa e a implantação de visita guiada para o público.
A professora Maria Eduarda, 21 anos, que estava acompanhada de amigos ingleses, afirmou que mora em Macaé há três anos, mas conhecia os pontos turísticos apenas por fora das edificações. “Gosto muito de música e, por isso, me identifique com a Lyra dos Conspiradores e sua luta de apoio aos escravos da época. Pretendo voltar e trazer outras pessoas”, ressaltou.
Conheça alguns detalhes dos lugares de memória:
Praça Washington Luiz
Localizada na área central da cidade, a Praça Washington Luiz é uma homenagem ao macaense de mesmo nome que chegou a Presidência da República. Advogado, historiador e político brasileiro, décimo primeiro presidente do estado de São Paulo, décimo terceiro presidente do Brasil e último presidente da República Velha. Nasceu em Macaé, em 26 de outubro de 1869 e faleceu em 9 de agosto de 1957, em São Paulo.
Câmara Municipal
O prédio onde hoje está a Câmara Municipal foi construído em 1838, para servir de residência ao português Francisco Domingues Araújo, pai do Visconde de Araújo. A casa chegou a acolher D. Pedro II, em visita a cidade de Macaé, no ano de 1847, por ser a mais confortável na época. Antes deste prédio ter como uso a Câmara Municipal, foi local de comercialização de água, vinda da Fazenda da Caturra, de propriedade do Visconde de Araújo.
Em 1886, por ocasião da morte do Visconde de Araújo, o prédio foi alugado para a Câmara Municipal, funcionando também como a Biblioteca Municipal. Em 1906, o prédio foi finalmente adquirido pela Câmara Municipal. Após a última reforma, em 1995, o prédio sofreu acréscimos e adaptações às funções administrativas.
Solar dos Mellos
O Solar dos Mellos – Museu de Macaé - foi construído no ano de 1891 pelo coronel Bento de Araújo Pinheiro, um rico fazendeiro. Em 1911, foi comprado pelo jornalista Cezar José de Souza Mello para residência de sua família. A edificação possui estilo arquitetônico eclético, ou seja, duas estéticas: o romântico e o gótico. No Solar, acontecem exposições, cultura de quintal, pesquisa, visita guiada, conservação e preservação.
Igreja de Sant’Anna
A Igreja de Sant’Anna, segundo uma antiga lenda, tem sua porta principal voltada para oeste, para impedir que a santa, de mesmo nome, fuja do altar. Após ter sumido e voltado a aparecer por diversas vezes, a santa original sumiu na década de 90 e nunca mais foi encontrada. Prédio com construção datada de 1.630, localiza-se numa elevação de onde é possível vislumbrar toda a cidade.
Nova Aurora
Em 25 de Agosto de 1889, foi lançada a pedra fundamental da sede da Sociedade Particular Nova Aurora. A azul e branco de Macaé foi fundada em 8 de junho de 1873 e a ela estiveram associadas personalidades da história macaense como Benedito Lacerda, Luiz Reid, Bento Costa Junior, Álvaro Bastos, e Agenor Caldas. Passados 110 anos o prédio da Nova Aurora foi restaurado.
Lyra dos Conspiradores
Em 25 de dezembro de 1882, foi fundada a Sociedade Musical Beneficente Lyra dos Conspiradores. O prédio da sua sede foi inaugurado em 22 de maio de 1887 na Rua do Sacramento. Seu objetivo específico foi conspirar contra a escravidão. Desta forma, nasceu uma das mais tradicionais instituições culturais do município de Macaé, despertando paixões e arrebanhando fiéis seguidores.
Forte Marechal Hermes
Com construções são de 1613 e 1910, sua história pode ser dividida em dois períodos: o primeiro tem início em 16 de março de 1613, com a instalação do Forte Santo Antônio de Monte Frio, e termina com a sua desativação em 19 de novembro de 1859; o segundo período teve como marco inicial o ano de 1893, quando o Presidente da República, Marechal Floriano Peixoto, concluiu sobre a "necessidade de se fortificar, para proteger um porto, como o de Macaé, tão vizinho à Capital da Nação e de tão fácil acesso", motivando, assim, a inauguração do Forte Marechal Hermes, em 15 de abril de 1910. Localiza-se ao sul da foz do rio Macaé, na ponta de terra entre as praias de Imbetiba edas Conchas fronteiro ao arquipélago de Sant'Anna (ilhas de Sant'Anna, do Francês, do Papagaio e ilhote Sul).