Foto: Guga Malheiros
Durante o último final de semana, o Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho foi palco de um verdadeiro desfile de clássicos. O ronco do motor, a paixão por veículos raros e a oportunidade de voltar no tempo levou cerca de duas mil pessoas ao III Encontro de Veículos Antigos, o Macahé Classic 2012. Mais de 450 automóveis antigos passaram pelo evento, organizado pelo núcleo macaense do Rio Minas Clube de Veículos Antigos.
O evento, que começou na sexta (31) e terminou no domingo (02), teve apoio da Prefeitura de Macaé, do Sistema Integrado de Transportes (SIT), da Autoviação 1001 e da empresa de turismo Opção. De acordo com o presidente do Clube Rio Minas, Ricardo Deslandes, o balanço é positivo.
— Desde 2005 não realizávamos o Encontro. O nível do evento este ano está elevadíssimo. O local, os participantes, a participação do público e os próprios automóveis, foi tudo ótimo. O Centro de Convenções, cedido pela Prefeitura de Macaé, também, foi importante para o êxito do evento. Saímos daqui de alma lavada — pontuou o presidente.
Cadillac, Gordine, Maverick, Corcel, Passat, VW Sedan, Santa Matilde, Opala, Chevette. Os modelos e a conservação com o passar dos anos impressionaram os participantes. Além dos clássicos carros de passeio, outros veículos tiveram espaço. Logo na entrada, dois ônibus dos anos 50 chamavam a atenção. Dezenas de bicicletas, antigas motonetas e até uma super frota de jipes e caminhonetes militares despertaram o interesse do público.
O empresário Jadir de Oliveira, de Itaperuna, trouxe os familiares todos com ele e também o ilustre fusca azul do qual não se separa. Ao longo do evento, recebeu algumas propostas para vender o fusquinha simpático. Todas elas recusadas por ele, que também é presidente do núcleo Itaperuna do Clube Rio Minas.
— Já investi mais de 10 mil no meu fusca, além do valor do carro, entre peças, melhorias no motor e equipamentos de som. Tenho uma história com este veículo. Ele carregou o primeiro pneu da minha loja — contou.
Histórias não faltaram na Feira. Elas vinham de todas as partes. Marize e Amauri Carvalho participaram do evento de uma maneira diferente. Vestidos como um casal dos anos 70, os donos do fusca 69, de São Pedro da Aldeia, defendem o evento como fomentador cultural.
— Se preservar antiguidades é uma questão cultural, então, o Macahé Classic contribui originalmente para a cultura macaense. A época em que vivi minha juventude, há 40 anos, era bem diferente. Trazer esta memória para os jovens de hoje não tem preço — declarou Marize.
O casal Carvalho e muitos outros participaram, no sábado (01), de uma noite especial. Colecionadores vestidos com roupas de época, que remetem ao ano de lançamento de cada veículo, remontaram uma espécie de baile de gala, embalados pelo show da Banda Los Gringos.
O evento impressionou, também, pela quantidade de jovens que passou pelo Macaé Centro durante os três dias. Meninos e meninas de uma geração não muito acostumada com a cultura da preservação. Os adolescentes Luan Ferreira e Luiz Eduardo, de 17 anos, ficaram impressionados com os veículos, principalmente os esportivos.
— Visitamos muitas feiras de carros equipados, as famosas feiras de tunings. Mas esta é a primeira feira de antigos. A experiência está sendo muito boa, pois estamos conhecendo os esportivos da época dos nossos pais. Esses carros não perdem em nada para os de hoje. Eles inspiram muita adrenalina e aventura — disseram os jovens.
De jogos eletrônicos a venda de cosméticos automotivos, o Macahé Classic 2012 superou as expectativas, também, nas oportunidades de negócios. O casal Paulo Motta e Leninha há dois anos revende produtos de estética automotiva. Isso mesmo, produtos de beleza para carros. Estão em sua 15º feira e comemoraram os lucros.
— Reunimos os melhores produtos do mercado em nossa loja, em Vitória (ES), além de passarmos por diversas feiras. O movimento aqui está ótimo, vendemos bastante — comentou o casal.
Clube
O Clube Rio Minas reúne colecionadores apaixonados por automóveis antigos no eixo Rio de Janeiro – Minas Gerais. Além de manter viva a cultura da preservação de clássicos, o objetivo é proporcionar uma troca de experiências entre os antigos automobilistas. Além de Macaé, o clube, que é filiado à Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), mantém núcleos nas cidades de Muriaé (MG), Itaperuna, Campos, Rio das Ostras e Rio de Janeiro.
O Rio Minas já fazia sucesso em Campos e Itaperuna quando, em 1998, houve uma fusão com cidades de Minas Gerais. Neste mesmo período, Macaé ganhou uma sede do clube. Atualmente, a cada ano, cerca de 50 novos colecionadores se associa ao Clube, fazendo com que a entidade esteja entre as que mais crescem no Brasil.