A segunda Mostra Interna das Malvinas (Projeto Art Luz), realizada pela secretaria Especial de Cultura, Esporte e Turismo no pátio da Igreja Batista daquele bairro, no início da noite desta sexta-feira (23), reuniu cerca de 200 pessoas. Atores, atrizes, lutadores de capoeira, praticantes de dança de rua e de jazz, bailarinos, lutadores de Jiu-Jitsu – todos com idades entre seis e 16 anos – mostraram a seus pais, colegas e vizinhos tudo que aprenderam em 2007.
- Nosso objetivo foi conscientizar aquela comunidade sobre a eficácia do projeto – disse a secretária Especial de Cultura, Esporte e Turismo Ivana Mussi. – Em 2008, o Art Luz completa dez anos de funcionamento em Macaé e estaremos pondo em prática o projeto Cidade Art Luz, que levará apresentações das atividades desenvolvidas no Art Luz para ruas, terminais de ônibus, praias, pontos turísticos. O trabalho é muito edificante e realizador porque levamos a cultura para uma população que não tem meios favoráveis de inserção no mundo da arte.
Também acontecerão mostras internas do projeto nos núcleos do Parque Aeroporto (30/11), Morro de Sant’Ana (08/12), Fronteira (14/12) e no Teatro Municipal, com o lançamento do projeto Cidade Art Luz (22/12).
Sobre o evento das Malvinas, a coordenadora executiva do Art Luz, Lúcia Pacheco, disse que a importância da Mostra foi a ênfase à visibilidade das atividades realizadas pelo projeto no bairro. Ela conta que são 1,5 mil crianças, adolescentes e mulheres matriculadas no projeto Art Luz, cujas aulas ocorrem em seis pólos na cidade de Macaé e um pólo no distrito do Sana. Os alunos do projeto são membros de famílias cuja faixa econômica é vulnerável. Moram na periferia de Macaé. Só nas Malvinas, são 350 alunos (matriculados) nas aulas ministradas por 12 professores, nos períodos da manhã e da tarde.
Devido ao fato de existir grande quantidade de participantes, em muitas aulas e várias turmas, formando diversos grupos artísticos, as apresentações de fim de ano e Mostras Internas são realizadas nos pólos e não no Teatro Municipal, cujo espaço de 500 lugares não satisfaz à demanda de pessoas que vai assistir os artistas e suas apresentações.
Opinião de pessoas envolvidas com o Art Luz nas Malvinas
Para a doméstica Maria das Graças Ferreira Basílio, mãe das gêmeas Beatriz e Carolina de 11 anos, alunas de jazz, balé, dança de rua e teatro, o Art Luz é muito importante em sua vida. “Há quatro anos que elas fazem parte do projeto. Vou ao trabalho com tranqüilidade. Sei que elas estão ocupando a mente com atividades sadias. Além disso, quanto custa uma aula de balé? É uma boa oportunidade para todas as mães das Malvinas que deveriam deixar os filhos entrar no Art Luz”, avalia Maria Basílio. No projeto Art Luz, todas as aulas são gratuitas.
Já o professor de Jiu-Jitsu, Renato Ferro, que tem mais de 120 alunos nos pólos Sana, Morro de São Jorge e Malvinas, disse que há dois anos ministra o esporte nas Malvinas. O primeiro exame de faixa aconteceu na tarde desta sexta-feira (23). Passaram a haver graduações cinza, amarelo e verde no grupo.
- Meu trabalho envolve muito exercício físico. Há estímulos à flexibilidade e à força. Tudo com coordenação motora. Os alunos são preparados a serem atletas. Além disso, trabalho com respiração e alongamento. Não existe pensamento para a violência e sim para a disciplina, concentração, respeito ao espaço do próximo e tranqüilidade - comenta.
Há um ano nas aulas de Jiu-Jitsu, Jonathan Rodrigo Carvalho Mota, de 15 anos, lembrou que o esporte o deixa mais calmo. “Antes eu perdia muito tempo nas ruas, agora fico mais com minha família”, compara.
De acordo com a auxiliar do Art Luz Creuzenir do Espírito Santo, o projeto tende a proporcionar bem estar às pessoas. “Os pais ficam felizes porque os filhos estão aprendendo atividades culturais e esportivas. As aulas (capoeira, teatro e outras) proporcionam descontração para crianças e adolescentes. Todos ficam satisfeitos”, conta.