Um povo que não tem história não se insere, se sente de fora. Quando conhecemos nossa história, passamos a valorizar mais nossas raízes. Assim pensa Lucienne Figueiredo (assessor-chefe do Sistema Estadual de Museus). Ela esteve em Macaé, na tarde de quinta-feira (10) para, junto com representantes das cidades da região Norte Fluminense, escolher o representante dessa região para fazer parte da comissão do Sistema Estadual de Museus.
Foi eleito um representante do município de Quissamã e um de Campos como suplente. As cidades que votaram foram Macaé, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana, Campos, Quissamã e Cardoso Moreira. “No estado do Rio de Janeiro há 44 municípios que não contam com museus ou centros de memória, ou ainda centro cultural. São 92 municípios ao todo e nossa meta é que todas as cidades tenham tais centros de memória ou museus”, explica Lucienne.
- Uma vez formada a comissão, vou poder realizar ações mais efetivas, já que o museu é a memória viva das cidades. Atualmente, eles são dinâmicos, promovem a inclusão social, há debates e fóruns neles. Anteriormente, só havia dois cursos de museologia no país, hoje são 14 – afirma a assessor-chefe do Sistema Estadual de Museus, ressaltando que os museus estão sendo mais valorizados hoje em dia que há alguns anos.
Além disso, é significativo o apoio dos governos federal e estadual para que em todas as cidades haja espaço para os acervos municipais. O encontro foi realizado no Solar dos Mellos, onde fica o Museu da Cidade de Macaé e a subsecretaria de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph).
O subsecretário da Semaph, professor Ricardo Meirelles, reforçou a tese de que se está sentindo nos dias atuais uma maior preocupação preservacionista. “Os museus são o melhor lugar para resguardar e proteger a memória, conservando os vestígios do passado e guardando como lembrança referências que promovem encontro com a identidade e a cidadania de um povo”, comenta ele.
Meirelles diz ainda que hoje em dia há desenvolvimento e crescimento de museus de variadas tendências, inclusive populares, que contam a história de suas personalidades. Por exemplo, o museu dos bairros cariocas Pavão-Pavãozinho. “Há alguns anos, a grande maioria dos 92 municípios fluminenses não tinha museu”, completa o subsecretário, reiterando o avanço significativo nessa esfera cultural.