Foto: Kaná Manhães
Foram quatro horas de ação no bairro
Como a dengue se combate todo dia e a meta é Macaé livre da doença, 25 agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), num trabalho conjunto com o Programa de Homeopatia Municipal, da Secretaria Municipal de Saúde, estiveram, nesta quinta-feira (8), no bairro Virgem Santa, promovendo o mutirão contra a dengue de casa em casa.
Um dos supervisores do CCZ, Flávio Paschoal, que acompanhou os trabalhos no local, informou que o próximo mutirão vai acontecer no bairro Malvinas, na quarta-feira (14), das 8h às 17h. No sábado (17), equipes da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Semusp) farão a limpeza geral e retirada de lixo e entulhos no Virgem Santa, para completar o trabalho contra a dengue que a prefeitura está realizando em todo o município, uma vez que as condições socioambientais favorecem a expansão do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
A ação contra a dengue no Virgem Santa começou com uma palestra na Escola Generino Teotônio de Luna para os 175 alunos. “A meta é que eles levem para suas casas e para a comunidade em que vivem o que aprenderam sobre como evitar a dengue”, disse Flávio Paschoal.
As informações nunca são demais, já que de janeiro a março deste ano foram notificados 433 casos da doença no município e 160 confirmados, segundo Laila Nunes, da Coordenação Geral de Saúde Coletiva. Ela lembrou que, no mesmo período do ano passado, foram 193 notificações e 150 confirmações.
No Virgem Santa, além da palestra e das visitas domiciliares feitas pelos agentes, equipes da Homeopatia montaram estande na praça do bairro, distribuindo folhetos aos moradores e a quem passava pelo local informando sobre os cuidados contra a dengue e o tratamento da doença. Foram quatro horas de ação no bairro e todas as casas receberam a visita dos agentes que mantêm as residências livres dos criadouros do mosquito.
Paschoal informou que os agentes colocaram larvicida nas residências onde a água precisa ser tratada para evitar o foco do mosquito nas caixas de água, tambores e cisternas. Ele lembrou que o trabalho contra a dengue conta ainda com o apoio da Defesa Civil. O supervisor lembrou ainda que o controle da transmissão do vírus da dengue se dá coletivamente e exige uma participação de toda a sociedade.
- Por isso, a prefeitura, por meio do CCZ e parceiros, mantém o programa permanente de controle da dengue com o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilizando as pessoas com visitas dos agentes em todos os bairros, destacou Paschoal.
Quem tiver dúvida ou informação para a eliminação dos focos do mosquito da dengue deve entrar em contato com o CCZ pelos telefones (22) 2762.0175 e 2772.6461.
Conheça mais sobre a doença
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente em mais de 100 países. Desses, 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue.
Sintomas – Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A clássica apresenta-se geralmente com febre, dores de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois, além dos sintomas mencionados, é possível ocorrer sangramento e complicações que levam à morte.
Transmissão – A dengue não é contagiosa, transmitida de pessoa para pessoa. Seu vetor é o mosquito que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém que, contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. A transmissão acontece da seguinte forma: a fêmea deposita seus ovos em recipientes com água e, quando as larvas saem dos ovos, vivem na água por cerca de uma semana. Após esse período, transformam-se em mosquitos adultos que procriam rapidamente e vivem em média 45 dias. A temperatura alta dos trópicos, que é o caso do Brasil, com clima predominante quente e úmido, favorece o desenvolvimento do mosquito que se reproduz com facilidade em qualquer recipiente que armazena água.
O vetor – O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. No momento da picada, a pessoa não sente dor nem coceira e os sintomas se manifestam normalmente a partir do terceiro dia.
Como evitar – Além de não acumular água, nem lixo, as pessoas podem praticar outras medidas simples para evitar a picada do mosquito: colocar em casa e no trabalho espirais ou vaporizadores elétricos ao amanhecer e/ou no final da tarde, horários em que os mosquitos da dengue mais picam; mosquiteiros, repelentes e telas de proteção nas janelas e até nas portas.
Previna-se
- Mantenha a caixa d´água fechada
- Lave com bucha e sabão tonéis ou depósitos de água. Feche-os com tampa própria ou com tela
- Guarde garrafas e baldes de cabeça para baixo
- Não acumule pneus
- Lave bem o suporte de garrafão de água mineral na hora da troca
- Verifique se todos os ralos da casa estão desentupidos e, se não estiver usando-os, deixe-os fechados
- Feche bem sacos plásticos e mantenha a lixeira tampada
- Evite acumular lixo e entulho
- Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana
- Se você protege o muro com cacos de vidro, coloque areia naqueles que podem acumular água
- Coloque areia também nos pratinhos dos vasos de plantas ou xaxins
- Deixe a tampa de vasos sanitários sempre fechados
- Retire a água e lave com sabão a bandeja externa da geladeira
- Lave a vasilha de água de seus animais, pelo menos uma vez por semana, com bucha, sabão e água corrente
- Jogue no lixo todos os objetos que acumulam água.