Foto: Guga Malheiros e Rogério Peccioli
Atividades culturais e artísticas ganham adesão da população
Cores, danças, desenhos, produções, grafite, músicas, oficinas, jardim reciclável, filmes, lendas, histórias, ginástica, capoeira e poesias marcaram o aniversário de três anos neste fim de semana do Polo da Fronteira, com o Projeto "Mutirão Cultural", da Fundação Macaé de Cultura (FMC).
As atividades aconteceram simultaneamente nas dependências do prédio, durante o sábado (4) e a manhã de domingo (5). A população apreciou as atividades oferecidas pelo polo, como também atrações e apresentações artísticas da programação da FMC.
O polo está sendo totalmente recuperado, desde pequenos reparos a ilustrações temáticas feitas pelo artista Marlon de Carvalho, o Muk, famoso pelos seu belo trabalho na arte do grafite. "É muita emoção estar aqui fazendo parte desse mutirão, fui professor também e ver o Polo Fronteira reativado é ver esse sorriso no rosto da criançada" disse Muk.
Enquanto uns jogaram capoeira, outros pintaram, produziram, leram, ouviram histórias, dançaram, aprenderam, ensinara. "Ensinei a arte de montar cata-vento, cada criança que produziu um texto sobre o tema 'aniversário do Polo Fronteira', ganhou a arte. Ao mesmo tempo que ali ensinei, também aprendi com eles, muita ideia, vontade e disposição de criar e fazer o certo", pontuou Cil Correa, professora e parte da equipe da FMC.
Langenbeck Santana e Maria Ismélia Pessanha, coordenadores do Polo da Fronteira, afirmaram que durante o mês de maio as atividades estavam todas direcionadas para esse evento. O planejamento, a participação da comunidade, os pais de alunos, e toda a equipe se mobilizaram para que a realização do evento fosse um sucesso.
- Ver essa movimentação, cultura para todos os cantos, sorriso das crianças, os pais participando, ver tudo acontecendo como planejamos só confirma que todo esforço valeu a pena, e que estamos no caminho certo - pontuou Maria Ismélia. "Esse é o primeiro de muitos, estamos emocionados com tamanha reciprocidade da comunidade", complementou Langenbeck.
Na equipe do polo, hoje há professores que também foram alunos do local. "Estar aqui hoje, ministrando aulas para a comunidade na qual eu faço parte, é uma mistura de orgulho e satisfação, comecei aqui, estudei, hoje passo para meus alunos a importância de uma atividade física e cultural tanto para crescimento pessoal como também opção de carreira profissional", explicou Alencar, hoje professor concursado da Prefeitura Municipal de Macaé.
Não é diferente a declaração do Mestre de Capoeira Anu, que ainda acrescenta a importância do Polo Cultural na vida dessas crianças. "Sem cultura não reconhecemos o nosso passado, ela ajuda a construir uma nova geração na qual o objetivo é viver num mundo bem menos violento", opinou.
Durante o evento, diversas atividades foram desenvolvidas e a movimentação foi constante. "Muito importante ter esse tipo de evento em nossa localidade, os alunos, ao se apresentarem, se sentem valorizados e ao mesmo tempo que se ocupam, passam pra frente a satisfação de fazer parte daqui. Só agradeço por poder dar ao meu filho essa oportunidade de fazer capoeira, pois se não fosse o Polo eu não teria condições de me deslocar para outro bairro. Realmente, essa equipe da FMC pensou na gente daqui da Fronteira", declarou Angélica da Silva, mãe de João Vitor Barbosa, 12 anos.
Nesses dois dias de atividades culturais, a população vivenciou várias vertentes da arte, numa dinâmica simultânea de realização das atividades. Essa é a ideia do projeto "Mutirão Cultura", que terá edições em outros lugares.
A presidente da FMC, Tânia Jardim, esteve presente nos dois dias de atividades, não só prestigiando e apreciando, como também participando da capoeira, da dança, do plantio no jardim reciclável. Ela dialogou com a comunidade, reconhecendo de perto as demandas para melhor desenvolver o trabalho no bairro.
- É muito prazeroso estar aqui e fazer parte da reconstrução do Polo Cultural Fronteira, não só reconstruir o prédio, mas também reavivar a vontade e a autoestima de todos aqui envolvidos, é uma verdadeira reconstrução, e ver tudo isso acontecendo dessa forma, em equipe, dá certo. São muitos talentos, muitas ideias, agradeço a toda equipe FMC, os que apoiaram, as parcerias, a comunidade, enfim, agradeço a todos que direta ou indiretamente, participaram e se empenharam para a realização desse projeto- pontuou Tânia Jardim, acrescentando que outras edições acontecerão e cada vez mais o evento será aprimorado de acordo com as demandas e necessidades do contexto local.
Parcerias e Participações
O evento contou com parcerias da Fundação de Esporte, Secretarias de Educação, Mobilidade Urbana, Saúde, Serviços Públicos, subsecretaria de Iluminação Pública, Ambiente e Agetrab.
As participações foram de artistas plásticos e urbanos, Pontos de Cultura, Escolas de Dança, Produtores Culturais, UFF/Rio das Ostras (curso de produção cultural), Cine Clube Macaba Doce, NUPEM/Núcleo Acadêmico de Audiovisual.
Polo Fronteira - O espaço tem aulas de danças, capoeira, grafite, percussão, contadores de história, teatro, leitura e artesanato, além de atividades físicas para os pais.
O Polo conta com sete salas, sendo duas para danças com piso de madeira apropriado, espelho, barra e sonorização, além de copa, cozinha, cinco banheiros, tenda na área dos fundos, onde funcionarão também algumas atividades, e materiais de ginástica. Foi realizada uma reforma estrutural e administrativa em todas as instalações físicas para adequar às necessidades das atividades.
A equipe é formada por servidores que já atuam na comunidade. O espaço tem parceria com a Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart) para as aulas de percussão.
O Polo de Cultura Fronteira fica localizado na Rua Manuel Marques Monteiro, 724, Fronteira e faz parte da Fundação Macaé de Cultura.